Quem anda pela Polónia por estes dias de Euro2012, seja jornalista, turista, ou adepto de futebol, sabe que se carregar um símbolo português, e se for abordado por alguém, existe um nome que ajuda a juntar aquilo que a barreira linguística separa. Ele é jogador da seleção nacional e chama-se Cristiano Ronaldo.
Se perguntarmos a um polaco quem é Custódio, Rolando, Nélson Oliveira, Hélder Postiga, ou mesmo até Raul Meireles ou Fábio Coentrão, eles dificilmente saberão dizer quem são. Mas, se pelas ruas polacas dissermos apenas Portugal, eles responderão de imediato Cristiano Ronaldo, com um grande sorriso.
Quem trabalha na sala de imprensa de Opalenica, pode ver todos os dias vários jornalistas estrangeiros. Antes da qualificação de Portugal para as meias-finais do Europeu, as miras das objetivas das câmaras estavam – e continuam a estar -apontadas apenas numa direção: O craque do Real Madrid. Os espanhóis são os mais assíduos do centro de trabalho dos media, até porque é no pais vizinho que CR7 desperta as maiores paixões e ódios.
Quem já teve a oportunidade de visitar uma das muitas “Fan Zones” espalhadas pelo Polónia em dias de jogos de Portugal, viu alguns polacos vestidos com o equipamento da seleção portuguesa, sobretudo com o número 7 nas costas. O avançado português tem até a capacidade de separar a paixão pelo futebol entre pai e filho.
Nos treinos abertos em Opalenica, muitos são os adeptos do Real Madrid que visitam a pacata cidade polaca para mostrar ao craque português que estão do lado dele. E quem diz do Real Madrid diz também da ilha da madeira, de onde é natural Cristiano Ronaldo. Onde um grupo de jovens dispensou o seu tempo e dinheiro para estar mais perto de Ronaldo. Para estes fanáticos, um autógrafo e uma fotografia são suficientes.
Desde que começou, Ronaldo é a grande estrela do Euro2012 – até porque desta vez não tem a concorrência de Lionel Messi, o seu nemesis – pelas piores razões (antes) e pelas melhores (agora). As exibições mais apagadas, as bolas no poste, as oportunidades falhadas à frente da baliza, fizeram com que a imprensa nacional e internacional o criticassem veemente. Algo que levou a Ronaldo, como capitão da seleção portuguesa, a restringir as declarações à imprensa. No entanto, só durou uma zona mista, no encontro com Holanda.
Pode-se dizer que Cristiano Ronaldo é movido a críticas. Ele gosta delas e elas fazem com que o avançado português esteja mais determinado dentro de campo. Até porque depois marcou dois golos contra a Holanda – o jogo do blackout – e um decisivo contra a República Checa.
É verdade que Cristiano Ronaldo tem feito a diferença nos jogos de Portugal, mas mesmo que não fizesse, as manchetes da seleção nacional continuariam a ser dominadas pelo capitão da equipa das quinas. Para o bem e para o mal.
Até ao final do Europeu, Cristiano Ronaldo continuará a ter milhões de olhos sobre ele, à espera que falhe ou triunfe, carregando nas costas a responsabilidade de ser o maior símbolo português no mundo.
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