Várias futebolistas afegãs e as suas famílias desembarcaram no passado sábado em Lisboa, depois de semanas a fugir dos talibãs. O grupo de 80 pessoas, incluindo 26 futebolistas, dos 14 aos 16 anos, receberam asilo de Portugal. Ao todo, são já assim 178 os cidadãos acolhidos por Portugal na sequência da emergência humanitária vivida no Afeganistão, de acordo com um comunicado emitido pelo Governo.
A chegada à capital portuguesa marca o fim da fuga deste grupo, que começou a preparar a saída do Afeganistão em agosto, após o assalto dos talibãs ao poder e a saída das tropas norte-americanas do território afegão. Após várias semanas a tentar deixar o país, finalmente chegou a oportunidade no sábado passado: uma viagem num voo charter.
Tudo aconteceu muito rápido, como contou à Associated Press o norte-americano Nic McKinley, antigo agente da CIA e veterano de guerra que trabalha para a organização 'DeliverFund'.
"Tudo aconteceu muito, muito rápido. O nosso contacto no terreno disse-nos que tínhamos uma janela de três horas [para tirar as raparigas do Afeganistão]", contou.
O grupo de 80 pessoas embarcou, sem saber que Portugal seria o seu destino. O essencial estava conseguido: deixar o Afeganistão.
De acordo com a Forbes, a operação só foi possível graças a colaboração das autoridades portuguesas, vários grupos internacionais e organizações humanitárias, e ainda com alguns talibãs. A maior parte das futebolistas afegãs foi evacuada para a Austrália em agosto último.
"Deixaram os seus lares e tudo o que tinham para trás. Ainda nem conseguem acreditar que estão fora do Afeganistão", contou Farkhunda Muhtaj a Associated Press. A capitã da principal seleção feminina do Afeganistão, a viver no Canadá neste momento, ajudou a coordenar a operação de resgate.
Desde a subida dos talibãs ao poder, as jogadoras das seleções femininas do Afeganistão passaram a viver longe das suas residências, saltitando de residências em residências, para que continuassem em segurança.
Com a chegada dos talibãs ao poder no Afeganistão, as mulheres voltaram a ser proibidas de praticar desporto.
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