O Recreativo do Libolo conquistou esta temporada o seu terceiro título angolano de futebol e tornou-se na terceira equipa mais titulada, com o mesmo número de troféu que o ASA (03), ao passo que Petro de Luanda e 1º de Agosto confirmaram o mau momento que atravessam nos últimos anos.
A formação do Cuanza Sul, definitivamente, tornou-se numa potência do futebol de Angola, não só a nível competitivo como também organizativo, efetuando grandes contratos e inclusive construir um estádio próprio para os jogos, ultrapassando neste aspeto colossos como os “petrolíferos” ou “militares”.
Esta temporada, o Libolo foi a equipa mais regular e muito cedo conseguiu distanciar-se dos seus opositores na perseguição ao título, gerindo a vantagem até às últimas jornadas. O Kabuscorp do Palanca e o Benfica de Luanda ainda tentaram incomodar o conjunto orientado por Miller Gomes, mas não tiveram fôlego suficiente para acompanhar a passada da formação de Calulo no “sprint” final.
1º de Agosto e Petro de Luanda continuam a atravessar enorme período de maus resultados e esta época confirmaram este momento, terminando na quarta e quinta posição, respetivamente, classificação muito aquém para dois crónicos candidatos ao título. Por incrível que pareça, na última jornada ambas habituadas a “lutar” pelo primeiro posto discutiram o quarto lugar da competição.
A última vez que os “tricolores” do eixo-viário, os mais titulados do Girabola, ergueram o troféu foi em 2009. Desde então têm assistido à festa do Libolo, ocupando uma posição que 15 vezes foi sua. Até 2014, além dos três troféus do representante do Cuanza Sul, Interclube e Kabuscorp, uma vez cada, também sagraram-se campeões angolanos.
O jejum do 1º de Agosto dura há mais tempo. Conquistou o último título em 2006 e neste espaço de tempo a melhor classificação que alcançou foi a segunda posição, em 2013, que também é negativa para um clube com os pergaminhos dos “rubro-negros”.
O Kabuscorp do Palanca, campeão destronado, não conseguiu ficar muito tempo com o troféu, um ano foi suficiente para o conjunto de Bento Kangamba se exibir com a taça. Esta temporada não conseguiu repetir a proeza, apesar da grande contratação do congolês Tresor Mputu Mabi.
O segundo lugar, com direito a uma vaga nas Afrotaças, foi o máximo que o clube alcançou esta época. Não tendo o histórico do Petro de Luanda ou 1º de Agosto, a classificação não é de toda negativa.
Depois de muita expectativa com o facto de o Uíje colocar, novamente, uma equipa no Campeonato, os adeptos daquela província voltam ao habitual, sem representantes no Girabola. A União Sport desceu de divisão, assim como o Benfica do Lubango e 1º de Maio de Benguela, sendo a despromoção deste último uma surpresa por se tratar de uma das formações mais antigas da prova e bicampeão angolano.
A nível de técnicos, Miller Gomes conquistou o seu primeiro título como treinador principal, depois de já tê-lo feito como adjunto no 1º de Agosto. Zeca Amaral, bicampeão pelo Libolo, terminou na terceira posição à frente do Benfica de Luanda, mostrando mais uma vez ser um dos técnicos com maior currículo no Girabola.
O craque congolês Tresor Mputo Mabi, principal referência da competição, não correspondeu às expectativas. Contratado pelo Kabuscorp para revalidar o título nacional e fazer uma boa campanha nas Afrotaças, o médio ofensivo alternou bons e maus jogos e teve ainda um período lesionado.
Por sua vez, Ary Papel (1º de Agosto) confirmou o seu estatuto de uma das figuras do Girabola, depois de ter sido uma das revelações da época anterior. O avançado apresentou-se como um dos jogadores mais habilidosos e nem a sua juventude o impediu de se impor no difícil plantel “rubro-negro”.
Meyong (Kabuscorp) e Keita (Petro de Luanda) também destacaram-se, mas com golos. Se houvesse prémio de melhor estrangeiro estes dois futebolistas estariam certamente na linha da frente para ficar com o troféu. O primeiro continua a marcar golos em quantidade e foi pelo segundo ano consecutivo o melhor marcador com 17 golos, ao passo que o segundo marcou tentos decisivos e foi durante o campeonato um incómodo para as defesas adversárias.
Rubem (Recreativo da Caála), Natael e Patrick (Sagrada Esperança), Vado (Benfica de Luanda), Dário e Sydney (Libolo) foram outros jogadores que se distinguiram, ao passo que Elio (Kabuscorp) e Gelson (1º de Agosto) foram as grandes revelações.
Como tem sido hábito, o Girabola terminou, mas alguns problemas ficaram por ser resolvidos. A União Sport do Uíge viu a FAF considerar improcedente o seu protesto contra o Interclube e ameaça recorrer à FIFA. O 1º de Maio também apresentou protesto contra a formação da “polícia” e aguarda o veredito.
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