Cristiano Ronaldo preparou a sua saída do Manchester United quando deu conta que tinham terminado os seus dias de titular indiscutível. O avançado de 37 anos percebeu que a sua relação com Ten Hag, técnico dos Red Devils, não ia ao encontro dos seus objetivos, pelo que tratou de agitar as águas e forçar a sua saída. O objetivo era assinar por um clube de topo europeu mas o português acabou nos sauditas do Al Nassr.
E fê-lo com uma explosiva entrevista ao jornalista Piers Morgan, onde jogou sempre ao ataque e disparando para todos os lados: criticou o atual e os últimos treinadores do Manchester United, o clube e passou de ídolo a indesejado para muitos adeptos do emblema inglês.
O Manchester United não teve outra alternativa senão rescindir com o jogador, já que ficou claro que não haveria espaço para ele no clube. Assim que ficou livre, começaram a circular rumores sobre o futuro de Cristiano Ronaldo. A imprensa inglesa avançou com nomes como Newcastle mas, a verdade é que nenhum clube de elite manifestou interesse em contar com o português de 37 anos.
Ronaldo falhou a primeira semana de trabalho no Manchester United, alegando problemas pessoais, enquanto a imprensa estrangeira falava do trabalho de Jorge Mendes em tentar colocar o português num clube de topo que disputasse a Liga dos Campeões. Ninguém se interessou.
Foi então que se começou a cozinhar a hipótese Médio Oriente, onde o jogador poderia terminar a carreira e fazer o último grande contrato da vida.
A verdade é que o namoro do Al Nassr a Cristiano Ronaldo já vinha desde o verão de 2022. O jogador já tinha dado conta da sua insatisfação no Manchester United, pelo facto de o clube ter falhado o acesso à Liga dos Campeões, prova que Cristiano Ronaldo queria disputar como fez durante tosa a sua carreira.
Ao ver que nenhum clube avançou para a sua contratação, Cristiano Ronaldo permaneceu em Old Trafford mas muito fragilizado. Perdeu o estatuto de titular com a chegada de Erik Ten Hag e os casos de indisciplina que foi somando no início de 2022/23 não ajudaram a melhorar a sua situação.
Insultou o treinador em português quando foi substituído diante do Newcastle num jogo onde voltou a ser titular mas, diante do Tottenham (2-0), voltou ao banco, para, na parte final, se recusar a entrar, rumando aos balneários com o jogo a decorrer. Depois de, anteriormente, já ter abandonado o estádio antes do final de encontros, desta vez foi mesmo suspenso pelo clube, e afastado do embate seguinte, na visita ao Chelsea (1-1).
Deixou o Manchester United com os três golos e outros tantas assistências, em 18 jogos em 2022, números muito longe dos que nos habituou.
Quando a Liga Inglesa parou para o Mundial2022, deu a tal entrevista, a arrasar o United, o clube, e as suas condições de trabalho, o treinador, que não o respeita, e os que, diz, não o queriam lá. Atirou a ‘bomba’ e partiu para Portugal, na expetativa de encontrar na Seleção Lusa o refúgio que lhe faltava para esquecer uma época desastrosa.
Mas os problemas não o abandonaram: no Mundial marcou apenas um golo, de penálti, criticou Fernando Santos por o substituir no último jogo da fase de grupos e nos dois seguintes, nos oitavos de final (6-1 a Suíça) e nos quartos de final (0-1 com Marrocos), foi suplente utilizado, algo muito raro na sua carreira. Era visível o seu desagrado no banco. O Mundial, que poderá projeta-lo para um emblema de Champions, só piorou a sua situação.
Assim que rescindiu com o United, voltou a falar-se no Al Nassr, já em pleno Mundial. Aliás, foi já no Qatar que surgiu a informação sobre a milionária proposta do emblema saudita. "Não, não é verdade", negou de pronto, Cristiano Ronaldo, na zona mista do Estádio Lusail, a seguir à goleada de Portugal sobre a Suíça nos oitavos de final.
Cristiano Ronaldo ainda mantinha o sonho de receber uma proposta convincente da Europa, onde queria continuar a sua carreira, se possível num clube que estivesse na Liga dos Campeões, prova onde soma recordes e mais recordes. Mas nada chegou a Jorge Mendes, o seu empresário.
Percebendo que muito dificilmente iria continuar num clube de topo, Cristiano Ronaldo prescindiu de Jorge Mendes aceitou negociar com o emblema saudita, agora na companhia do seu manager Ricardo Regufe. Não podendo estar na elite, teria de procurar argumentos que o convencesse a disputar um campeonato periférico e sem qualquer mediatismo.
Os 200 milhões de euros por ano, 500 milhões de euros por duas temporadas e meia, foram suficientes para o Al Nassr convencer o avançado de 37 anos, na maior contratação de um clube fora da Europa na história do futebol e fazem dele, novamente, o futebolista mais bem pago do Mundo.
No Al Nassr, CR7 será a estrela maior do clube e de todo o futebol do Médio Oriente. Os 200 milhões por época dividam-se entre salário (70 milhões de euros), direitos de imagem e acordos comerciais.
O contrato é até 2025, mas o português deverá ficar como embaixador do desporto na Arábia Saudita, nesta que é também uma aposta do país na sua internacionalização.
Ainda não se sabe se o contrato milionário implica o envolvimento de Cristiano Ronaldo na promoção da Arábia Saudita, com Egito e Grécia, na candidatura ao Mundial2030. O mesmo que Portugal quer organizar, juntamente com Espanha e Ucrânia e que terá também uma candidatura sul-americana de Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai.
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