Duelo de treinadores portugueses na liga Saudita. O Al Shabab, de Vítor Pereira, recebeu esta noite o Al Nassr, de Luís Castro, para a 21.ª jornada da prova. Oito lugares separavam as duas formações antes do duelo no quase lotado Estádio Príncipe Faisal Bin Fahd.
No final, a vitória sorriu ao Al Nassr, com dois golos de Talisca e um de Cristiano Ronaldo, de grande penalidade. Yannick Ferreira Carrasco e Carlos Júnior, ex-Santa Clara, marcaram para a equipa de Vítor Pereira.
Na conferência de imprensa em Riade, que contou com a presença do SAPO Desporto, houve um momento caricato. Tudo começou com os elogios de Luís Castro ao seu amigo Vítor Pereira.
"O Vítor também veio do Brasil, e agora vim encontra-lo aqui na Arábia Saudita. Queremos sempre que os treinadores que são do nosso país e nossos amigos tenham sucesso. Mas quando nos defrontamos, queremos sempre a vitória da nossa equipa. É sempre bom encontra-los, mas não há um sentimento especial em jogarmos contra eles", começou por dizer.
"Um confronto entre duas equipas é sempre uma batalha em campo. E numa batalha não há amigos. Sabemos que um dos dois tem de morrer e a lei da sobrevivência diz que nós queremos sobreviver, quero que a minha equipa sobreviva. Aproveito para desejar as máximas felicidades ao Vitor Pereira nessa sua estadia na Arábia Saudita, que seja muito feliz em Riade com o seu Al Shabab, tentarei ser feliz com o meu Al Nassr", terminou o técnico do Al Nassr.
Confrontado com as declarações de Luís Castro, com muito do que se perde nas traduções de português para árabe, Vítor Pereira teve uma tirada curiosa. Isto porque o jornalista que fez a questão abordou o tal 'matar ou morrer' que Castro se referia, questionado o técnico dos leões de Riade se estava... morto.
"Eu morto? Nunca estive tão vivo (risos). O Luís é um bom amigo, um grandíssimo treinador, desejo-lhe a ele e aos treinadores portugueses o melhor possível. Mas na hora da competição estamos cada um do seu lado, lutamos pelas nossas equipas. Hoje foi ele quem saiu vitorioso, já houve jogos em que fui eu quem saiu vitoriosos. Hoje só lamento o resultado, o que a minha equipa fez hoje, deixa-me satisfeito", comentou.
Questionado pelo SAPO Desporto sobre o crescimento do Al Shabab no segundo tempo, com uma melhor exploração do corredor esquerdo do ataque, Vítor Pereira deixou elogios à sua equipa, lamentando apenas os erros que lhe custaram os três pontos.
"O jogo que fizemos merecia outro resultado mas é o futebol. Em termos gerais, fizemos um jogo muito conseguido, defensiva e ofensivamente. Mas aconteceu um erro ou outro que nos custou caro, sofremos os golos, mas isso são um pouco dores de crescimento. Evoluímos muito nestas três, quatro semanas, a equipa está mais consistente, mais confiante com bola, a criar oportunidades de golo, só lamento o resultado", frisou.
Vítor Pereira estava "muito satisfeito com o trabalho" Rakitic e Yannick Ferreira Carrasco", mas também com "o compromisso é de toda a gente".
"Sinto de facto a equipa unida e alinhada com as ideias. Hoje o resultado foi este mas acredito que, se continuarmos a jogar assim, vamos ganhar jogos e subir na tabela", atirou.
Por falar em Carrasco, a imprensa saudita quis saber o porquê de o técnico ter tirado o belga e ainda Carlos Júnior, eles que foram os marcadores dos golos do Al Shabab.
"No momento temos de tomar decisões. O Yannick [Ferreira Carrasco] teve um problema muscular no último jogo, esteve quase toda a semana sem treinar. Os últimos minutos é quando acontecem as lesões, quis evitar isso. Quero o Yannick para muitos jogos, não só para o jogo de hoje. Quanto ao Carlos Júnior, trabalhou muito, fez golo, mas naquela altura entendei que precisávamos de mais frescura física para pressionar ainda mais porque queríamos ganhar o jogo. Mas não aconteceu dessa forma", analisou.
Depois da vitória na estreia diante do Damac, Vítor Pereira sofre a primeira derrota no Al Shabab, ao segundo encontro. O Al Nassr soma 52 pontos em 21 jogos, o Al Shabab ocupa o 11.º lugar com 24 pontos em 21 partidas.
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