
O futebolista internacional francês Paul Pogba, campeão mundial de seleções em 2018 e sem clube há quatro meses, termina na terça-feira uma suspensão de 18 meses por doping, podendo reativar uma carreira outrora promissora.
Originalmente castigado por quatro anos em fevereiro de 2024, após ter sido detetada a presença de metabólitos de testosterona num controlo antidoping, tal como aconteceria com a contra-análise, o médio viu essa punição ser reduzida em outubro para 18 meses pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), com efeito a partir de 11 de setembro de 2023.
O teste positivo de Pogba tinha sido recolhido em 20 de agosto, quando foi suplente não utilizado na vitória da Juventus no terreno da Udinese (3-0), na abertura da Liga italiana.
Sempre a partir do banco, o gaulês jogou nas duas jornadas subsequentes, mas jamais voltaria a pisar os relvados desde 03 de setembro de 2023, tendo a utilização de uma substância proibida pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) levado à sua suspensão provisória, decidida por um tribunal da Agência Nacional Antidopagem (NADO) de Itália.
“Tive um ano difícil, então tenho essa raiva e vontade de jogar futebol e aproveitar até ao fim da carreira”, desabafou à estação televisiva Al Jazeera, pouco antes do teste positivo.
Paul Pogba enfrentaria a sanção máxima de quatro anos, mas o TAS reduziu-a, alegando que o consumo da substância dopante “não foi intencional e decorreu da ingestão errada de um suplemento [alimentar] prescrito por um médico” na Florida, nos Estados Unidos.
Sem competição no horizonte antes de março de 2025, o jogador rescindiu contrato por mútuo acordo com a Juventus a partir de 30 de novembro de 2024, numa altura em que estava vinculado ao recordista de títulos de campeão transalpino (36) até junho de 2026.
Pogba, que completará 32 anos no sábado, está radicado na cidade norte-americana de Miami e livre para assinar por qualquer clube, visando o fim de uma longa penitência no futebol e o regresso à seleção francesa, apesar da incerteza sobre a condição física e da propensão para as lesões - incluindo duas paragens acima dos 100 dias desde 2019/20.
Vencedor de um Mundial (2018) e uma Liga das Nações (2022) com os ‘bleus’, nos quais leva 11 golos em 91 internacionalizações e perdeu a final do Euro2016 com Portugal em Saint-Denis, o médio notabilizou-se na primeira de duas passagens pela Juventus (2012-2016 e 2022-2024), fruto de quatro campeonatos, duas Taças de Itália e três Supertaças.
Pelo meio, no verão de 2016, voltou ao Manchester United com o estatuto de futebolista mais caro da história, ao custar 105 milhões de euros ao emblema inglês - no qual tinha concluído a formação e feito a estreia como sénior -, e celebrou uma Liga Europa e uma Taça da Liga logo na primeira época, sob alçada do treinador português José Mourinho.
Além da suspensão por doping e das lesões, o autor do terceiro golo da França perante a Croácia na final do Mundial2018 (4-2) espera voltar refeito de um caso de sequestro e extorsão, do qual foi vítima em 2022, vendo um dos seus dois irmãos entre os infratores.
“Finalmente, posso virar a página deste período extremamente difícil. A sentença é uma oportunidade para todos se concentrarem no futuro. Agora que o julgamento foi proferido, posso concentrar-me totalmente no meu regressou ao futebol profissional”, disse Pogba, numa nota enviada à agência de notícias gaulesa AFP em dezembro de 2024, quando o irmão Mathias e cinco amigos de infância receberam penas até aos oito anos de prisão.
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