O presidente da Federação Afegã de Futebol (AFF) "negou firmemente" na segunda-feira as acusações de violência sexual contra jogadoras da seleção nacional, denunciando uma "conspiração sem provas".
Keramuddin Karim é acusado de violar e espancar jogadoras. O jornal britânico 'The Guardian', que revelou o caso em novembro, publicou na sexta-feira o depoimento de uma jogadora que conta que Karim a ameaçou com uma pistola depois de violá-la e espancá-la no rosto.
Embora haja uma investigação judicial em curso, o presidente da AFF disse em entrevista à AFP que acredita que será inocentado.
"Nego firmemente essas acusações", declarou Karim, suspenso das suas funções, assim como outros quatro membros da AFF, até o fim da investigação.
"É uma conspiração. Não apresentaram nenhuma prova. Somente vozes sem identificação, as acusações provêm de identidades anónimas", continuou, dizendo que suas acusadoras seguem essa estratégia para "pedir asilo na Europa".
Keramuddin Karim assegurou que está a cooperar com os investigadores do gabinete do procurador-geral, que na sexta-feira lhe impôs uma proibição de deixar o Afeganistão, assim como a outros quatro dirigentes.
A FIFA também suspendeu Karim por 90 dias.
Outra jogadora, também entrevistada pelo The Guardian, acusou este pai de 11 filhos, casado com duas mulheres, de a ter ameaçado publicamente de cortar sua língua depois que de ter escapado das suas tentativas sexuais.
"Sou afetado (pelas acusações) como pai e marido", disse Karim, para quem a ex-capitã da seleção Khalida Popal, que se tornou responsável por uma ONG, está "no centro das acusações".
Questionada nesta segunda-feira pela AFP, a ex-jogadora, que fugiu do Afeganistão há sete anos depois de receber muitas ameaças, disse ter visto dois diretores afegãos "assediarem moral e sexualmente jogadores" numa concentração na Jordânia.
Khalida Popal afirmou ter descoberto "mais de 12 meninas e meninos que foram agredidos física e sexualmente pelo presidente".
Para o presidente do Comité Olímpico Afegão, Hafizullah Wali Rahimi, essas acusações não são novas.
"As agressões por responsáveis de federações, treinadores e atletas sempre existiram", declarou.
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