O português Rui Silva, que foi recentemente observado pela equipa técnica de Fernando Santos, revelou hoje à Lusa a ambição futura de defender a baliza das 'quinas', dominada nesta década pelo seu ídolo Rui Patrício.
"Representar a nação é o objetivo máximo para qualquer futebolista. Sou mais um a lutar por esse sonho e vou trabalhar muito para concretizá-lo um dia. O Granada transmitiu-me que fui observado pela equipa técnica nacional num jogo recente em casa, mas não falei com nenhum responsável da seleção", confirmou o internacional sub-21.
O guarda-redes de 25 anos referiu-se à derrota caseira com o Deportivo (1-0), em 10 de fevereiro, que teve olhar atento de Jorge Rosário, adjunto do selecionador luso, nas bancadas do estádio Nuevo Los Cármenes.
Rui Silva contabilizou sete partidas dos sub-19 aos sub-21, entre 2013 e 2016. Daí para a frente, deixou progressivamente de integrar os planos do selecionador de sub-21, Rui Jorge, e, dadas as dificuldades em somar minutos nas duas primeiras épocas em Espanha, acabou por desaparecer do 'radar' das seleções.
Fruto do rendimento registado em 2018/19, o jogador maiato recuperou algum alento no desejo de representar a seleção principal, que considera ter um "leque variado de guardiões de excelência".
"Estou mentalizado que terei um longo e difícil caminho pela frente, mas o mais importante é que a seleção esteja bem servida em todas as posições. Só assim poderemos alcançar êxitos futuros", sublinhou o 'dono' da camisola 1 do Granada, "admirador desde miúdo" de Rui Patrício, campeão europeu com Portugal em 2016.
Com ligação ao clube andaluz até junho de 2021, Rui Silva rentabiliza os seus 191 centímetros para mostrar segurança no jogo aéreo, vertente que tem aprimorado em conjunto com a capacidade de recorrer aos pés para iniciar a manobra ofensiva dos comandados de Diego Martínez.
"Em Espanha somos quase obrigados a sair a jogar e esse é um capítulo do jogo muito importante para os guarda-redes. Posso ter outras qualidades, como ser rápido a reagir às bolas metidas nas costas da defesa, mas aqui melhorei muito o jogo de pés e pelo ar", apontou o futebolista, que começou por ser pivot de futsal com sete anos no Restauradores, emblema sediado na freguesia de Águas Santas, no Porto.
Aos poucos, Rui foi 'empurrado' para a baliza e para os relvados, tendo chegado em 2006 às camadas jovens do Maia Lidador. Com 16 anos, em pleno segundo ano de juvenil, já despontava na equipa principal 'rubro-azul', que serviu de trampolim para a elite do futebol português, atingida no verão de 2012 com as cores do Nacional, depois de testes realizados no Sporting de Braga e do interesse suscitado por Paços de Ferreira e Rio Ave.
O guarda-redes embarcou sozinho para a Madeira e ficou a viver na academia do clube, enquanto competia pelos juniores e treinava com os seniores. A estreia nos grandes palcos deu-se em janeiro de 2014, numa vitória por 2-0 diante do Leixões para a Taça da Liga, pela mão de Manuel Machado, o treinador "com maior impacto" na carreira do atleta nortenho.
Tal como em Granada, Rui Silva teve de esperar pela terceira temporada na Choupana para "consolidar um estatuto" na baliza 'alvinegra', atravessando um período recheado de altos e baixos que aparenta alguns pontos de contacto com a típica vida de um guarda-redes.
"Só pode jogar um e, quando não jogas, passa-te muita coisa pela cabeça. É uma posição ingrata porque no mesmo encontro posso ser um herói em 85 minutos e virar vilão nos instantes finais", defendeu.
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