
Portugal será desafiado através de transições pela Dinamarca nas duas mãos dos quartos de final da Liga das Nações, perspetiva o futebolista Dani Silva, do campeão dinamarquês Midtjylland, observando Vitinha em alta.
“A Dinamarca está consciente da qualidade da nossa seleção e sabe que, se der muitos espaços, Portugal não facilitará e vai criar mesmo várias oportunidades de perigo. Penso que podem esperar uma Dinamarca forte no contra-ataque, mas muito equilibrada a nível defensivo”, frisou o médio internacional sub-21 português, em entrevista à agência Lusa.
A equipa das ‘quinas’ convocou 26 jogadores, entre os quais Vitinha, centrocampista do tricampeão francês Paris Saint-Germain, que tem crescido em regularidade nas escolhas iniciais e chegou a coincidir com Dani Silva nas seleções jovens, tendo ambos perdido a final do Campeonato da Europa de sub-19 frente à Espanha (0-2), na Arménia, em 2019.
“Estava à espera [dessa projeção] e esperava que fosse mais cedo pelas qualidades que ele mostrava já na altura. É um grande amigo e está muito bem agora, sem dúvida. Neste momento, arrisco-me a dizer que é o melhor jogador português da atualidade. Atua mais ou menos na mesma posição do que eu e gosto sempre de o ver jogar”, enquadrou.
Portugal, vencedor da edição inaugural, em 2019, visita a Dinamarca, na quinta-feira, às 20h45 locais (19h45 em Lisboa), no Parken, em Copenhaga, na abertura dos ‘quartos’ da Liga das Nações, três dias antes da segunda mão, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
“O Gustav Isaksen, que é da Lazio e já jogou no Midtjylland, é muito explosivo e está em grande forma. O capitão do Sporting [Morten Hjulmand] também é preponderante na sua seleção, mas eles estão todos ao mesmo nível. A Dinamarca tem uma equipa com muita qualidade e poderá criar bastantes problemas em casa”, advertiu Dani Silva, de 24 anos.
Portugal está pela segunda vez na fase a eliminar da Liga das Nações, cujo formato não contemplou os ‘quartos’ nas três primeiras edições, após ter vencido o Grupo A1, com 14 pontos, contra oito da Croácia, também qualificada, sete da Escócia e quatro da Polónia.
Na segunda posição da ‘poule’ A4 ficou a Dinamarca, com oito pontos, atrás da Espanha, campeã europeia e detentora do troféu, com 16, mas à frente da Sérvia, com seis, e da Suíça, com dois, ultrapassando a fase de grupos pela primeira vez em quatro presenças.
“Obviamente, Portugal é superior e tem os melhores jogadores do mundo, mas tem pela frente jogos muito complicados, especialmente na Dinamarca. O ambiente no estádio do Copenhaga é bom. Portugal vai passar, mas com dificuldades”, reconheceu Dani Silva, contratado pelo Midtjylland ao Verona, do escalão principal italiano, em fevereiro.
Os nórdicos contam com dois jogadores do Sporting, campeão nacional e líder da I Liga, nomeadamente o médio Morten Hjulmand e o ponta de lança Conrad Harder, em estreia absoluta na convocatória do selecionador Brian Riemer, mas o internacional sub-21 nota que o espanhol Roberto Martínez possui opções acima da média no conjunto português.
“João Neves, Vitinha, Bruno Fernandes, João Palhinha e Matheus Nunes complementam-se muito bem e penso que nos próximos cinco, seis, sete anos estamos resguardados a nível de médios, mas Portugal tem uma equipa muito completa - tanto nas alas, como no espaço central - e jovens por todo o lado, que lutarão para ganhar em cada jogo”, traçou.
Incapaz de assistir ao jogo em Copenhaga, pois aproveitará uns dias de folga para rever familiares em Portugal, o futebolista do Midtjylland está no estrangeiro desde que saiu do Vitória de Guimarães a meio da temporada passada e sonha alcançar a seleção principal.
“O ponto alto da carreira era representar o meu país. Para já, foram o Europeu de sub-19 na Arménia e a estreia pelos sub-21, mas há diversos momentos que ficaram guardados. Foram quase 30 internacionalizações e muitos estágios. Marcaram-me vários jogadores que são muito meus amigos, bem como os ‘misters’ Filipe Ramos e Rui Jorge”, recordou.
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