Ao quinto jogo, a primeira vitória. Num duelo entre os dois últimos classificados da Liga dos Campeões, o Benfica venceu o Ajax por 0-2. Samuel Dahl a abrir e Leandro Barreiro a fechar fizeram os (grandes) golos do triunfo encarnado.

Mais do que jogar, o fundamental em Amsterdão era mesmo ganhar; as águias podem não ter feito uma exibição deslumbrante, garantiram o mais importante: três pontos e a possibilidade de ainda lutar pelo acesso ao 'playoff'.

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Depois de ter utilizado uma linha de três centrais contra o Atlético, Mourinho voltou ao sistema habitual com quatro defesas. Mais à frente, e sem poder contar com Lukebakio, foi Leandro Barreiro quem entrou no onze, jogando atrás de Pavlidis e enviando Sudakov para o corredor esquerdo.

A vitória era visto como uma obrigação para ambas as equipas e foram as águias quem começaram imediatamante a fazer por isso.

Seis minutos em Amsterdão e Samuel Dahl encontrou o canal ideal para o golo, rebentando o dique neerlandês com um tiro já dentro da área após defesa de Jaros ao cabeceamento de Richard Ríos.

Com a equipa da casa a meter água, o Benfica tentou aproveitar o balanço para procurar aumentar a vantagem e tirar partido da desconfiança do adversário. A pressão alta mantinha-se, perante a gritante incapacidade da linha defesiva do Ajax em construir desde o seu primeiro terço.

Mas o momento das águias passou e o Ajax foi gradualmente aproximando-se da área benfiquista, muito devido ao irrequieto Bounida. Foi precisamente dos pés do belga que nasceu a única oportunidade da primeira parte, servindo Klassen para boa defesa de Trubin.

A primeira parte terminava com o Ajax por cima, mas sem criar flagrantes ocasiões para marcar.

Na segunda parte a toada manteve-se e os neerlandeses voltavam dos balenários com outra dinâmica; Klassen teve nos pés a maior oportunidade de todo o jogo após um excelente desenho ofensivo, mas, na cara de Trubin, falhou clamorosamente.

A formação neerlandesa continuava a carregar, mas sem grande clarividência na hora de definir, permitindo à defesa encarnada neutralizar as suas iniciativas. Fred Grim ia alargando a frente de ataque com as substituições, obrigando Mourinho a responder e a desenhar uma linha de três centrais com a entrada de Tomás Araújo.

Esta alteração trancou em definitivo os acessos à baliza de Trubin, que nunca mais foi incomodado. Apesar desta mudança de tração traseira, o Benfica procurava sair para o ataque sempre que possível; aos 89 minutos Aursnes lançou Barreiro que, já dentro da área, colocou um ponto final na partida com um forte remate.

Num encontro onde as individualidades ficaram para segundo plano, foi a consistência coletiva do Benfica que permitiu chegar a uma imperativa vitória na luta pela permanência na maior prova de clubes da Europa.

O momento: Dahl deu-lhe

O Benfica entrou forte na partida, tomando conta das operações. No primeiro pontapé de canto de que dispôs, Sudakov coloca a bola na cabeça de Ríos, que obriga Jaros a fazer uma boa defesa.

Contudo, a bola sobra, ainda dentro da área, para Samuel Dahl; o sueco encheu o pé e disparou forte e cruzado para um belíssimo golo.

A figura: Pavlidis

Numa exibição de alta qualidade coletiva, não é fácil identificar um jogador que se tenha sobressaído. Contudo, a haver um, esse bem poderia ser Vangelis Pavlidis.

O avançado grego, que voltou a um estádio onde já marcou, pode não ter entrado para a lista dos marcadores do jogo, contudo fez justiça a quem diz que nem só de golos vive um avançado.

A defender, o helénico esteve sempre muito ativo enquanto primeira linha de pressão, ajudando a recuperar algumas bolas em zonas adiantadas.

No ataque, demonstrou o espírito associativo que o caracteriza, procurando frequentemente combinações com colegas de equipa.

Outros destaques

Rayane Bounida: Com um Ajax muito preso de movimentos na primeira parte, foi dos pés de Bounida que começaram a sair os primeiros esboços de jogadas ofensivas.

O jovem belga foi sempre um dos principais agitadores do jogo da equipa da casa, especialmente na segunda parte, onde procurou terrenos mais interiores para causar desiquilíbrios.

Trubin: Pode não ter tido muito trabalho, nem ter feito defesas de enorme grau de dificuldade, mas Anatoly Trubin transmitiu sempre muita segurança à sua equipa com as importantes intervenções que teve na partida.

Especialmente na segunda parte, e quando o Ajax procurava o empate, as ações do ucraniano, aparentemente simples, mantiveram a serenidade no bloco encarnado.

Reações

José Mourinho, treinador do Benfica

Samuel Dahl e Leandro Barreiro