O Benfica saiu de Turim com mais uma vitória (a 12ª da época), três pontos e mais alguns milhões na bagagem. As águias até começaram a partida a perder, mas foram gradualmente recompondo-se do choque inicial e aplicando o seu estilo de jogo que tão bem os tem servido neste início de temporada.
Os encarnados foram ganhando ascendente e confiança, tendo mesmo empatado a partida ainda antes do intervalo, isto após ter ameaçado a baliza de Perin por duas ocasiões.
Na segunda parte a formação portuguesa manteve a toada e deu a volta ao marcador nos primeiros minutos do segundo tempo, graças a um forte remate de Neres. Apesar de estar em vantagem, o Benfica não se remeteu à defesa e partiu em busca do terceiro golo; nos minutos seguintes os encarnados criaram pelo menos três ocasiões claras para aumentar a vantagem.
Por seu lado a Juventus estava totalmente irreconhecível, sem inspiração e sem qualquer capacidade de criar desequilíbrios e deixando o Benfica controlar a partida a seu belo prazer.
Até final os encarnados ainda apanharam um grande susto já perto do fim, mas acabaram por sair de Turim com uma saborosa vitória.
Falsa partida e uma rápida recuperação
O técnico Roger Schmidt fez algumas alterações no onze inicial em comparação com a partida de Famalicão; para além de colocar Bah na lateral direita em vez de Gilberto, o germânico fez regressar João Mário e Gonçalo Ramos para aquele que é, na sua maioria, o seu onze-base.
Já a Juventus voltou ao sistema de três centrais utilizado diante do Paris Saint-Germain na primeira jornada da Liga dos Campeões; para além disso, Massimiliano Allegri fez entrar Danilo e Milik para a equipa titular, substituindo De Sciglio e Moise Kean.
A equipa da casa entrou a todo o gás, procurando pressionar o Benfica logo desde o pontapé inicial. Tal postura acabou por levar ao golo madrugador dos 'bianconeri; apenas 4 minutos e um livre da direita batido por Paredes encontrou Milik que, totalmente solto de marcação, cabeceou para o primeiro da partida.
Depois de um mau arranque, os encarnados demoraram até conseguir 'carburar'; com vantagem numérica no meio-campo, a Juventus não tirava o pé do acelerador e deixava a defesa do Benfica em sobressalto.
Após 20 minutos de forte pressão dos italianos, as águias começaram a acertar o passo e a equilibrar a contenda; Rafa recuava agora um pouco mais e ajudava Enzo e Florentino na batalha do meio-campo, algo que permitiu aos encarnados irem ganhando ascendente gradualmente até conseguirem controlar as operações por completo.
Os homens de Allegri não pareciam ter capacidade para conseguir contrariar a pressão alta imposta pelo Benfica, oferecendo muitas bolas ao adversário ainda dentro do seu meio-campo. Com o motor já aquecido e na rotação habitual, o Benfica começou a acercar-se da área da Juventus; Gonçalo Ramos deu o aviso aos 36 minutos com uma cabeçada à figura de Perin e três minutos depois foi a vez de Rafa concluir um rápido contra-ataque com um remate ao poste da baliza italiana.
O crescimento dos encarnados era notório, perante uma 'Juve' cujo depósito de combustível parece ter apenas durado vinte minutos. O Benfica acabou mesmo por chegar ao empate já bem perto do intervalo; Gonçalo Ramos ganha uma bola a Miretti que, imprudente, acaba por pisar o avançado português. Grande penalidade assinalada por Felix Zwayer e que João Mário transformou no golo do empate aos 43 minutos.
Um Fiat e um Ferrari (que quase parou antes da meta)
Para a segunda parte as águias voltaram com a mesma postura e retomaram o domínio com que tinham deixado os primeiros 45 minutos. E se no primeiro tempo a Juve ainda arrancou primeiro, desta feita o Benfica não deixou dúvidas e tomou conta da 'corrida'; Milik ainda tentou a sua sorte com um remate de longe, mas Vlachodimos estava atento e até conseguiu mudar a rota do seu voo para travar o tiro do avançado polaco.
Tal lance não chegou para abalar a confiança dos jogadores encarnados que retomaram a estrada a alta velocidade rumo ao golo da vitória .
E foi rapidamente que o Benfica chegou ao segundo golo: dez minutos corriam na segunda parte quando a insistência de Enzo Fernández tirou dois adversários da frente e encontrou Gonçalo Ramos; o avançado foi desarmado mas a bola sobrou para Rafa que rematou de pronto; Perin ainda defendeu o remate do português mas foi incapaz de travar a recarga de David Neres. O Benfica punha-se em vantagem e materializava a sua supremacia.
Vendo a diferença de andamento entre o seu Ferrari e o Fiat do adversário, o Benfica não tirou o pé do acelerador e partiu em busca de fechar definitivamente a partida. Após o golo de Neres surgiram, pelo menos, três ocasiões claras para os encarnados selarem o triunfo em definitivo.
Do outro lado, e vendo a sua equipa totalmente em ponto morto, Allegri tentou trazer alegria ao jogo dos 'bianconeri' com as entradas de Di Maria e Moise Kean. Graças a estas novas duas mudanças, os italianos ainda tentaram esboçar uma reação; Kean atirou ao poste os 71 minutos e Di María cruzou aos 83 para um golo que foi anulado por fora-de-jogo do argentino.
Com o jogo sob o seu controlo, baixaram um pouco as rotações motor e permitiram à Juventus ganhar uma réstia de esperança na conquista de pontos. Perante este cenário, o 'mecânico' Roger Schmidt fez algumas substituições e devolveu a potência ao jogo dos encarnados novamente com as entradas de Musa, Chiquinho, Diogo Gonçalves e Julian Draxler.
Todavia o domínio encarnado não o livrou de um último grande susto; 87 minutos e Di María a oferecer de bandeja o empate a Bremer que, mesmo na cara de Vlachodimos, fez o impensável e atirou para as nuvens. Suspiro de alívio para o Benfica e de desespero para a Juventus.
O Benfica saiu de Turim com uma vitória indiscutível e cujo resultado peca por escasso tal foi o domínio dos encarnados, especialmente na segunda parte.
As águias dividem a liderança do grupo H com o Paris Saint-Germain, ambos com seis pontos. Benfica e PSG têm encontro marcado para a próxima jornada da Liga dos Campeões, dia 5 de Outubro, às 20h, no Estádio da Luz.
O melhor: David Neres
Não é fácil escolher apenas um jogador do Benfica. Contudo foi a partir da ala direita que as águias começaram a responder ao início enérgico da Juventus; o extremo brasileiro procurou sempre o jogo e fez-se valer do seu virtuosismo para começar a abrir fendas no aparentemente compacto bloco defensivo italiano. No segundo tempo o '7' encarnado apontou o golo da reviravolta, e poderia ter bisado pouco tempo depois. É um desequilibrador por natureza.
O pior: Dusan Vlahovic
O avançado sérvio é visto como a principal referência ofensiva da Juventus. Contudo, Vlahovic acabou por ser totalmente anulado pelos centrais encarnados. O sérvio foi incapaz de criar desequilíbrios ou movimentos de rotura no último terço do terreno. Passou totalmente ao lado do jogo.
O momento: Neres dá a cambalhota
Com dez minutos da segunda parte e com o Benfica por cima no jogo, David Neres concluiu da melhor maneira uma jogada de insistência que começou em Enzo Fernández e acabou no fundo das redes da Juventus. A partir daí o Benfica arrancou para uma grande exibição.
O que disseram os treinadores:
Massimilano Allegri enfatiza a quebra psicológica da sua equipa
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