A PSP garantiu hoje ter preparado uma "robusta operação de segurança" para a final da Liga dos Campeões de futebol, no Porto, mas revelou que não está prevista a "limitação de circulação dos adeptos" que virão de Inglaterra.
Durante a conferência de imprensa sobre a operação que vai envolver o jogo, que se realiza no sábado, o subintendente Cardoso da Silva, revelou que o termo ‘bolha' [relativo ao agrupamento dos adeptos de cada clube num determinado local] "não faz parte do léxico policial".
"Não há limitação de movimentações adeptos. Se houver o encaminhamento de adeptos para um determinado espaço, o que ainda não está fechado, permitirá alguma organização. Se estiverem espalhados pela cidade, vamos ter que nos adaptar a essa circunstância", disse o responsável pela operação.
Cardoso da Silva revelou que a PSP já deu um parecer sobre a possibilidade de separar os adeptos do Manchester City e Chelsea, antes do jogo, em diferentes pontos da cidade, mas disse ainda aguardar "uma decisão das entidades competentes", lembrando, no entanto, que é preciso fazer distinção entre adeptos e turistas.
"Sabemos que as fronteiras foram abertas e que aos cidadãos ingleses lhes é permitida a viagem para Portugal. Temos a preocupação do ponto de vista do adepto, mas não os podemos confundir com o turista na cidade. Ambos vão merecer a nossa atenção", disse subintendente.
Sobre a operação, Cardoso da Silva revelou que se vai concentrar no aeroporto, no centro da cidade e nas imediações do Estádio do Dragão, com o intuito de "receber, acolher, acompanhar, monitorizar e informar" os apoiantes dois clubes.
"No aeroporto, onde no sábado de manhã prevemos um pico de 80 voos charter, iremos fazer a organização dos adeptos para a sua vinda para a cidade. Na cidade teremos a preocupação de os monitorizar e informar. Junto ao estádio haverá uma operação mais robusta, com um perímetro de segurança com três níveis, com trânsito condicionado a partir das 20:00 de sexta-feira, ao qual só pode aceder quem tiver bilhete", disse o responsável.
O dispositivo terá a colaboração de oito polícias vindos de Inglaterra, especializados em operações de futebol e em lidar, concretamente, com os dois clubes que vão participar na final.
"Temos uma boa ligação com os clubes e conhecemos bem os adeptos. A nossa preocupação, em conjunto com as autoridades portuguesas, será evitar misturas. A grande maioria serão adeptos verdadeiros, que tem experiência em viajar com as equipas e estão habituados as seguir as indicações da polícia", explicou Lysander Strong, elemento destacado pela Metropolitan Police, de Inglaterra.
Sobre a vigilância às contingências sanitárias ainda em vigor pela pandemia de covid-19, o subintendente da PSP disse que haverá igualmente "uma atenção especial", contando com a colaboração dos comerciantes.
"Também reforçámos a mensagem junto dos operadores económicos para estarem atentos a esta realidade que estamos a viver, porque também nos preocupa. Vamos tentar que tudo flua sem incidentes", acrescentou o responsável.
Cardoso da Silva reconheceu que a operação policial e o movimento dos adeptos ingleses poderá causar alguns inconvenientes ao normal funcionamento da cidade, mas deixou uma garantia à população.
"Temos um plano adequado para garantir a seguranças dos adeptos, mas também da população. Pedimos que se as pessoas tiveram alguém dificuldade, tal como habitualmente, liguem para polícia", vincou
O subintendente explicou que a PSP já tem experiência neste tipo de operações ligadas com o futebol, mas reconheceu que este é um evento de projeção mundial, em que a polícia quer vincar a boa imagem do país.
O número total de agentes que serão alocados a esta operação não foi divulgado "por questões de segurança", mas a PSP garantiu um contingente reforçado, com elementos da Unidade Especial de Polícia e também da Polícia Municipal do Porto, num dispositivo que estará em constante adaptação.
A final da Liga dos Campeões de futebol, que vai opor as equipa inglesas do Manchester City e do Chelsea, está agendada para sábado, às 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto.
*Artigo atualizado às 15h03
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