Vencedor de um Mundial de Clubes pelo São Paulo em 2005, Flávio Donizete viu a sua carreira e a sua vida abalada pelo vício da cocaína.
Em 2009, com o fim do contrato com o São Paulo Flávio pensou em descansar um pouco do mundo do futebol, e nessa altura surgiram as festas e em 2010 a droga, um vício que lhe tirou quase tudo.
"Depois de conhecer a cocaína, eu perdi muito. Porque até então eu consumia moderadamente. Até que ela ficou mais forte na minha vida, comecei a perder tudo o que tinha. O dinheiro guardado usei para comprar droga todo o dia. Não ficava sem droga por nada. (...) Perdi tudo, tudo, tudo. Só não perdi a minha esposa, minhas filhas e minha família, que está comigo até hoje", contou à 'Globoesporte'.
O vício era tanto que Donizete acabou mesmo por vender a sua medalha de campeão mundial pelo São Paulo.
"Vendi para poder usar droga. Vendi por 7 mil reais. Na verdade foi assim: eu estava em casa, lembro-me até hoje, e bateu a abstinência, só que não procurei mais nada. Eu sabia que tinha a medalha, mas nunca me tinha passado pela cabeça vender, porque senão já teria vendido antes. Se eu soubesse o que valia, tinha vendo antes. Não vale a pena mentir, já a tinha vendido. (...) Aí quando eu vendi [a medalha] chegou o dinheiro e torrei quase tudo na cocaína. Na primeira vez foram mil reais de cocaína. E eu usei em dois dias. Deu ataque, coisa no coração... O vício falava mais alto, mais forte. Quanto mais dinheiro tinha, mais queria [droga]", contou.
Agora, Donizete está a recuperar e já recuperou a medalha vendida, mas a sua maior conquista é ter cumprido a promessa que fez à filha e ter-se mantido longe das drogas.
"Hoje vale muito a pena eu chegar a casa de cabeça erguida e olhar para as minha filhas... (...) Hoje elas olham para mim e dizem: 'Pai, a gente é simples, as gente não tem muita coisa...' e hoje a Flávia, a mais velha, fala todos os dias quando vai dormir: 'Pai, eu tenho orgulho de você'. isso já é uma coisa que eu ganho o dia, ganho a semana", afirmou.
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