A Audiência Nacional da Espanha, principal instância penal do país, abriu esta segunda-feira uma investigação contra Luis Rubiales, que renunciou à presidência da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), por ter beijado a jogadora Jenni Hermoso após a final do Mundial Feminino.

O juiz Francisco de Jorge acatou a denúncia do Ministério Público espanhol pelos "supostos crimes de agressão sexual e de coação", informou o tribunal.

De Jorge pediu aos meios de comunicação que forneçam imagens de diferentes ângulos do beijo de Rubiales a Hermoso, assim como da comemoração das jogadoras nos balneários e no autocarro da seleção espanhola depois da vitória no Mundial.

O Ministério Público apresentou na semana passada uma denúncia sobre o caso, solicitando os depoimentos de Rubiales, "na condição de investigado", e de Hermoso, "como vítima".

Desde a mais recente atualização no Código Penal espanhol, um beijo não consentido pode ser considerado agressão sexual -  uma categoria de crime que engloba todos os tipos de violência sexual.

As penas por um beijo forçado podem ir desde uma multa até quatro anos de prisão, de acordo com fontes do Ministério Público.

A denúncia também contempla um suposto crime de coação, já que Hermoso afirmou "que tanto ela como os que lhe eram próximos sofreram uma pressão constante e reiterada por parte de Luis Rubiales e os que lhe eram próximos, para justificar e aprovar os factos".

A decisão do juiz da Audiência Nacional dá-se um dia depois de Rubiales anunciar a sua renúncia à presidência da RFEF.

"Vou fazer isso [renunciar], sim, porque não quero continuar o meu trabalho", disse o dirigente no programa de televisão britânico Piers Morgan Uncensored.

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Pouco depois, nas suas redes sociais, Rubiales publicou uma carta na qual afirma que deixou o cargo, entre outras razões, para se concentrar na sua defesa.

"Tenho fé na verdade e vou fazer o que estiver ao meu alcance para que ela prevaleça", escreveu.