
Depois da longa novela envolvendo Carlo Ancelotti e CBF ter chegado ao fim em maio, a seleção brasileira finalmente poderá contar com seu novo selecionador, que fará a sua estreia esta quinta-feira (5) em Guayaquil. O Brasil enfrenta o Equador, seleção que com um pé no Mundial2026, pretende estragar a estreia do ilustre treinador.
A Seleção brasileira, que conquistou o seu último título mundial em 2002, espera que este seja o início de uma trajetória rumo ao hexacampeonato, desta vez sob o comando do italiano de 65 anos, que alcançou o recorde de 15 títulos à frente do Real Madrid, incluindo três Ligas dos Campeões.
Ao assumir o comando técnico pela primeira vez e deixar Neymar fora da seleção canarinho, 'Carletto' enfatizou na semana passada que "o único objetivo é vencer o Campeonato do Mundo", colocando o Brasil de volta ao topo depois de 24 anos de 'seca'.
Mas ainda precisa enfrentar as últimas quatro jornadas do apuramento Sul-Americano e um adversário, 'La Tricolor' (2.ª, 23 pontos), que está invicto em casa e cuja vitória pode torná-lo no segundo apurado da América do Sul, atrás da Argentina (1.ª, 31 pontos).
"Estamos preparados para este teste, uma partida muito importante e muito difícil", disse Ancelotti à imprensa em Guayaquil, destacando a sólida defesa do Equador.
Os pentacampeões mundiais estão em quarto lugar com 21 pontos em 14 jogos, o mesmo número de pontos de Uruguai (3º) e Paraguai (5º). Se vencerem Equador na quinta e Paraguai na terça-feira, em São Paulo, garantem um lugar na fase final do Mundial2026.
Será uma partida de "altíssimo risco", previu o técnico do Equador, o argentino Sebastián Beccacece.
"Momento difícil" do Brasil
Com quatro vitórias consecutivas e três empates, vários desses resultados obtidos na altitude de Quito, o Equador vai enfrentar a Seleção canarinha no Estádio Monumental, na abafada cidade portuária de Guayaquil.
Sem Neymar, mas com Raphinha, Vinícius Jr. e Casemiro, que volta à seleção após mais de um ano e meio de ausência, a Canarinha espera mostrar uma versão diferente após sofrer uma humilhante derrota por 4-1 para a 'Albiceleste', em Buenos Aires, em março.
"É claro que estamos a passar por um momento difícil, mas é um novo ciclo, um novo técnico, novos jogadores, e faremos tudo o que pudermos para mudar isso", prometeu o central Alexsandro, uma das surpresas de Ancelotti.
Por coincidência, Willian Pacho e Marquinhos, pilares da defesa do Paris Saint-Germain, vão se enfrentar em Guayaquil. No sábado, a equipa conquistou seu primeiro título da Liga dos Campeões com uma goleada de 5-0 sobre o Inter de Milão, em Munique.
Pacho tornou-se no primeiro equatoriano a vencer o principal torneio de clubes da Europa, e Marquinhos passou a ser o segundo capitão brasileiro a levantar o troféu desde que Marcelo fez o gesto pelo Real Madrid em 2022.
"O nosso verdadeiro objetivo agora é apurar-nos para o Campeonato do Mundo e (...) nos entendermos o mais rápido possível [como equipa] para que possamos crescer e ganhar força", disse o central da seleção canarinha.
"Não dá para achar que o Brasil está fragilizado. Para mim isso é um erro", disse Beccacece, que considera a seleção brasileira "um plantel de primeira" e com "o melhor técnico do mundo".
Ataque equatoriano desfalcado
Marquinhos mostrou-se confiante de que a "experiência" de Ancelotti, conhecido pela sua excelente gestão de equipa, permitirá que eles "alcancem o nível" para lutar pelo hexacampeonato no torneio que Estados Unidos, Canadá e México irão organizar em 2026.
'Carletto' tem a pressão de fazer brilhar jogadores que não conseguem ter um desempenho tão bom na seleção quanto nos seus clubes europeus, algo que não ocorre com o sólido emblema equatoriano comandado por Beccacece.
Além da boa fase de Pacho, o técnico de 'La Tricolor' também conta com o meio-campista Moisés Caicedo, autor do golo decisivo na goleada do Chelsea por 4-1 sobre o Betis, na final da Conference League, há uma semana, na Polônia.
"Respeitamos o Brasil por tudo o que fez, por toda a sua história", disse Caicedo. Mas "em campo, no final, são onze contra onze, e temos certeza de que faremos as coisas como temos feito".
Beccacece, no entanto, terá que acertar o seu ataque após a ausência do extremo Gonzalo Plata, do Flamengo, e as dúvidas devido aos problemas físicos envolvendo o maior marcador da história da seleção equatoriana, Enner Valencia, do Internacional de Porto Alegre e Leonardo Campana (New England Revolution, da MLS).
Caso não vença em Guayaquil, 'La Tricolor' ainda tem a hipótese de ficar mais perto do Mundial2026 com a visita à frágil seleção do Peru (9º) em Lima, na terça-feira.
Onzes prováveis
- Equador: Hernán Galíndez - Angelo Preciado, Willian Pacho, Piero Hincapié, Pervis Estupiñán - Alan Franco, Moisés Caicedo, Pedro Vite, John Yeboah, Alan Minda - Kevin Rodríguez. Técnico: Sebastián Beccacece.
- Brasil: Alisson - Vanderson, Marquinhos, Alexsandro, Alex Sandro - Casemiro, Andreas Pereira, Andrey Santos - Estêvão - Vinícius Junior, Richarlison. Técnico: Carlo Ancelotti.
Árbitro: Piero Maza (CHI)
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