Fim de festa. O Mundial 2018 terminou e é hora de balanço. Ainda antes de anunciarmos os destaques individuais GoalPoint, actualizamos o barómetro que ensaiámos após os primeiros 56 jogos da competição, onde comparamos o futebol produzido na Rússia ao que foi oferecido quatro anos antes, no Brasil. As mudanças face ao ensaio anterior são poucas, já as possíveis conclusões sobre o que deixou de novo o torneio russo são muitas.
Eis as “notas” que destacamos, deste barómetro:
Na Rússia marcaram-se apenas menos dois golos que no Brasil. No entanto, essa proximidade deriva muito mais da (muito) maior preponderância das grandes penalidades (29 assinalados, contra 13 em 2014) do que de uma igual cadência de tiro: fizeram-se menos 75 remates em 2018 no total e na hora de comparar os disparos enquadrados o balanço é ainda mais negativo: menos 82.
Menos quantidade mas mais qualidade: na hora de concretizar os lances “cara-a-cara” com o golo, os jogadores presentes na Rússia mostraram maior eficácia (45%) do que os colegas que disputaram o Mundial 2014, isto apesar do número ligeiramente inferior de ocasiões flagrantes criadas (cerca de três, contra quase quatro no Brasil).
Muito se falou de bolas paradas no torneio russo e não há como fugir ao peso destes lances nos resultados obtidos. Se dos penáltis já falámos, convém ainda referir que em 2018 foram marcados sete golos de livre directo, contra apenas três em 2014. Se a isto somarmos as 31 assistências que nasceram de bola parada (de passe directo ou após alguns passes a partir da cobrança), contra as 25 somadas no Brasil, a importância deste tipo de lance ficou inegavelmente associada ao torneio.
O Mundial 2018 foi também um torneio com mais passes por jogo, precisamente mais 70 tentativas por encontro, sendo a qualidade dos mesmos a mesma: cerca de 82%. Ainda assim as equipas fizeram cerca de um passe para remate a menos por partida do que no Brasil, o que acaba por sustentar a menor tendência para o disparo à baliza.
Voltando à bola parada, não deixa de ser curioso perceber que se registou menos um pontapé de canto por encontro, em média, na Rússia, mas ainda assim foram marcados 26 na sequência destes lances, um recorde. Mas nem por isso a consequente bola aérea deixou de ter maior peso em 2018: foram disputados em média 78 duelos aéreos, um registo muito acima dos 57 do Brasil.
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