O Campeonato do Mundo entrou na sua fase decisiva, com a realização dos oitavos-de-final. Com pesar nosso, temos a certeza de que nenhum jogador português integrará um dos nossos 'onzes' até ao final da competição, face à eliminação do campeão da Europa às mãos do Uruguai, talvez cedo demais. Cristiano Ronaldo foi o único luso a surgir nestas nossas distinções, logo na primeira jornada. Fica a certeza que outro grande craque, Lionel Messi, também não aparecerá mais. Aliás, este é um Mundial de surpresas, visto que, para além dos dois melhores do Mundo, selecções como Alemanha e Espanha também disseram adeus.
Estes “oitavos” voltaram a trazer alguns desempenhos individuais de monta, realçados pelos nossos GoalPoint Ratings. Algumas partidas, como o França-Argentina ou o Bélgica-Japão, ficarão para a História como das mais espectaculares deste certame, com golos e emoção do princípio ao fim. Mas esta nossa “escolha” olha, sim, para destaques individuais. Mais uma vez deparamo-nos com um lote de jogadores variado, sendo que apenas Rússia e Espanha colocam mais do que um elemento, saídos do confronto entre ambos. E encontramos quatro elementos de formações já eliminadas.
Confira os 'nomeados', sendo que apenas um transita da última jornada da fase de grupos.
Igor Akinfeev (Rússia) 8.5 – A Rússia tem mostrado duas faces. A exuberante, que goleia, como nas primeiras jornadas, e a pragmática. Frente a Espanha, os anfitriões souberam sofrer às mãos do “tiki-taka”. E quando “nuestros hermanos” conseguiram espaços no ataque, o seu guarda-redes esteve impecável. Ao todo, Akinfeev realizou nove defesas, seis a remates de dentro da sua grande área. E isto sem contar com as decisivas que fez na decisão por grandes penalidades.
Kieran Trippier (Inglaterra) 7.6 – Uma das figuras de uma Inglaterra que vai surpreendendo pela sua capacidade de superar a pressão. Pela primeira vez na História, os britânicos ganharam um desempate por penáltis num Mundial e estão nos quartos-de-final. Uma das suas grandes figuras é Trippier, o lateral-direito que está a fazer uma excelente campanha e foi o melhor inglês ante a Colômbia. À sua conta foram cinco passes para finalização, duas ocasiões flagrantes criadas e 14 acções defensivas, entre elas oito desarmes. Fantástico.
Yerry Mina (Colômbia) 8.1 – Um “monstro” na defesa da Colômbia. A sua selecção caiu ante a Inglaterra, mas Yerry Mina voltou a marcar, o seu terceiro golo de cabeça, tornando-se no primeiro defesa estreante a marcar três golos na prova e o primeiro jogador a fazer três ou mais golos de cabeça num Mundial desde os cinco de Miroslav Klose em 2002. Frente aos ingleses, Mina registou ainda 16 acções defensivas (dez alívios) e ganhou quatro de sete duelos aéreos defensivos.
Ilya Kutepov (Rússia) 6.4 – Os russos aguentaram bem a pressão de Espanha, e bem podem agradecer a Kutepov, central que, à sua conta, somou 22 acções defensivas, entre elas dez alívios e seis intercepções.
Ricardo Rodríguez (Suíça) 8.0 – Os helvéticos foram para casa, mas o seu lateral-esquerdo foi o melhor em campo na derrota com a Suécia, em especial pela sua apetência ofensiva. O jogador do Milan rematou quatro vezes, fez três passes para finalização, teve sucesso em quatro de 11 cruzamentos e completou dois dribles.
Casemiro (Brasil) 7.3 – O “trinco” que já passou pelo FC Porto voltou a ser uma âncora, após uns primeiros três jogos mais discretos. Frente ao México, o médio do Real Madrid fez seis desarmes, três passes para finalização e registou 90% de eficácia de passe. O Brasil deverá sentir a sua falta, frente à Bélgica.
Koke (Espanha) 7.5 – A formação espanhola caiu ante a Rússia, nas grandes penalidades. Koke desperdiçou o seu pontapé, mas o nosso rating contabiliza apenas o que acontece nos 90 ou 120 minutos, e não nos desempates por penáltis. Assim, o jogador do Atlético surge nesta equipa, e com mérito, pois foi o segundo melhor da “la roja”, com uma ocasião flagrante criada em quatro passes para finalização, incríveis 149 passes certos em 155 e 172 acções com bola.
Ante Rebic (Croácia) 8.4 – A Croácia não pára de deslumbrar, mas frente à Dinamarca precisou das grandes penalidades para se apurar para os quartos-de-final. Ante Rebic, contudo, esteve em grande nível, ao completar as suas três tentativas de drible, ao ganhar quatro de seis duelos aéreos defensivos e ao registar sete acções defensivas, sendo travado em falta cinco vezes no processo, uma delas para a grande penalidade desperdiçada por Modric.
Kylian Mbappé (França) 8.6 – Extraordinária a exibição do jovem Mbappé ante a Argentina, que lhe garante a distinção de melhor jogador dos oitavos-de-final. O francês bisou e ofuscou por completo a estrela do jogo, Messi, com uma prestação que registou ainda sete dribles certos em 11 tentativas.
Isco (Espanha) 8.5 – O médio do Real Madrid bem tentou remar contra a maré ante a Rússia, nem sempre com a objectividade necessária, um mal geral que acabou por tramar a “la roja”. Ainda assim, Isco registou incríveis 198 acções com bola, acertou 130 de 147 passes e completou nove de 11 tentativas de drible.
Edinson Cavani (Uruguai) 7.9 – Para descontentamento português, o avançado do Uruguai é repetente em relação à derradeira jornada da fase de grupos. Ao bisar ante Portugal, o jogador do PSG foi o melhor em campo e carrasco das aspirações lusas. E para tal só precisou de três remates, dois enquadrados. Aquele do 2-1 foi, porém, extraordinário.
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