Os adeptos e profissionais que se desloquem a Moscovo para o Mundial2018 devem precaver-se para algumas dificuldades, sobretudo de comunicação e com a mobilidade numa cidade ainda a despertar para o maior evento do futebol internacional.

Quem aterra no aeroporto de Domodedovo, onde chegam as ligações da transportadora aérea portuguesa, percebe, timidamente, que o Mundial está para começar, face a alguma escassez de referências.

Há um balcão de apoio antes da recolhe de bagagens, no qual tirar duvidas ou saber informações pode ser complicado, dadas as óbvias insuficiências no domínio da língua inglesa de quem tem por missão ajudar e esclarecer.

Há uma via privilegiada de controlo dos fãs e profissionais que chegam para o Rússia2018, mas diferentes funcionários têm distintos entendimentos, pelo que quem chega pode sentir-se num tipo de jogo de ‘ping pong’, entre quem informa em deficiente inglês e quem nos manda para trás no mais puro russo.

Os profissionais de comunicação, por exemplo, têm obstáculos adicionais, uma vez que o registo alfandegário do material, por norma valioso, pode ser um exercício de paciência, não por problemas de língua, mas pelos detalhes que, sucessivamente, se vão acrescentando ao processo, o que pode obrigar a diversos preenchimentos do mesmo formulário.

Tudo é mais simples ao sair para as áreas públicas, onde no balcão do Mundial os ‘voluntários’ são mais expeditos a comunicar e mais bem preparados para os vários desafios - no balcão anexo, compra-se cartões de telemóvel sem problemas de tradução.

Apesar de ser um evento de alto risco, a presença das forças de segurança não é massiva, aparentando condições de normalidade a esse nível, que apenas alteram junto aos locais afetos ao Mundial2018, como o estádio Luzhniki, o ‘coração’ da prova, de decorrem, em outros, os jogos de abertura e a final, a 14 de junho e 15 de julho, respetivamente.

A viagem de carro até ao estádio – numa cidade de 12 milhões de habitantes, o recinto nem fica em zona mesmo central de Moscovo – pode ser exasperante, uma vez que o trânsito da capital é caótico, qualquer que seja o destino e a hora na área metropolitana.

No Luzhniki o dispositivo policial e militar é mais do que assertivo, sendo que as medidas de segurança já estão claramente em vigor, que impedem igualmente a circulação automóvel, em zona onde dificilmente se encontra estacionamento.

O sistema de acreditação é comum a todos: os profissionais da comunicação social podem resolver a sua situação em cinco minutos, porém se houver alguma gafe nos seus dados – como o nome incompleto - uma hora de burocracias pode ser insuficiente.

Portugal vai ficar sedeado em Kratovo, a uns 50 quilómetros a sudeste, que podem ser completados, com sorte, em duas horas, podendo, muito facilmente, piorar.