Os portugueses estavam em maioria na tradicional festa de Natal da comunidade, na fortaleza de Maputo, mas foram grupos de moçambicanos que fizeram a festa com o apuramento de Marrocos.
Este ano, entre bancas de artesanato e de comes e bebes, a festa contou com um ecrã gigante para acompanhar o jogo em que Marrocos venceu Portugal por 1-0 e se tornou na primeira equipa africana a chegar às meias-finais de um mundial.
"É África", gritava Albino Mondlane aos saltos, no final, certo de que a equipa pode continuar a ser uma surpresa, sejam quais for as equipas que "venham a seguir".
"Portugal tem aqui grande talentos, mas outra coisa é ter conjunto" e, para Albino, Marrocos teve "a equipa mais composta".
Uma opinião partilhada por Sérgio Costa, português, com uma criança ao colo, noutro ponto do recinto, por entre a plateia em frente ao ecrã onde se viam camisolas e cachecóis verde e vermelhos.
"Portugal podia ter jogado melhor: o único jogo de jeito foi contra a Suíça e hoje demonstrámos mais uma vez que temos muitas vedetas, mas não temos equipa", referiu, com o som de festa africana de fundo.
Apesar da derrota, aquela festa não incomoda, garantiu: "Achei engraçado. Estamos aqui para nos divertir. Futebol é futebol".
E o convívio continuou.
A caminho de uma banca para comprar bebidas, José Almeida confessou a desilusão pelo desempenho da equipa portuguesa na reta final: "devíamos fazer o que os outros fazem, quando faltam 10 minutos é 'chuveirinho' lá para a frente".
"Isso não aconteceu e continuámos com aquele 'rame-rame', nós portugueses somos exímios nisso", referiu.
Noutra ponta do recinto continuavam os cânticos, com Nelson Fortes, cabo-verdiano em Maputo, a esboçar já um desfecho: "na final, Marrocos 3, Argentina 2".
"E o troféu pela primeira vez vem para África", acrescentou logo a seguir Mac Simbinde, antes de continuar a dançar.
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