O Benfica mostrou na casa do rival que a pressão sufocante que o FC Porto gosta, e faz questão de demonstrar aos seus rivais, pode não ser tão intimidante. A eficácia do Benfica foi a chave do triunfo. Lima foi o herói do clássico ao bisar mas nem por isso foi o melhor jogador em campo.
O Benfica venceu o FC Porto que teve demasiada pressa para marcar. A equipa da casa, perante um Estádio do Dragão com mais de 48 mil pessoas, começou bem o encontro, muito pressionante, empurrando o Benfica para a sua área.
À passagem da meia-hora de jogo, o FC Porto podia ter chegado à vantagem mas Júlio César mostrou serviço a Jorge Jesus com uma excelente defesa ao remate de Jackson Martínez, após bom entendimento com Óliver Torres a passe de Alex Sandro.
Por tudo o que se viu no Dragão, o FC Porto merecia estar a vencer. Mas o mérito não equivale a pontos e Lima explicou isso à equipa de Lopetegui. Num lançamento lateral longo, ao jeito de Maxi Pereira – precedido de um desentendimento com Brahimi devido à distância – a bola chegou até à área portista e Lima apareceu algo atabalhoado a encostar para o primeiro da noite. Silêncio no Dragão. Apenas a bancada onde estavam os adeptos benfiquistas explodiu.
Lopetegui pediu à sua equipa para não desanimar. E a verdade é que o FC Porto não se foi abaixo. Reagiu, e com sensatez. Mas a formação lisboeta conseguiu prender a vontade azul e branca.
Dez minutos da segunda parte, que começou sem alterações, e Lima voltou a calar o Dragão. De uma forma mais sorrateira, o Benfica foi-se aproximando da baliza de Fabiano e, num desses momentos, Talisca tentou a sua sorte a média distância. O guarda-redes portista não segurou e deixou a bola à mercê do avançado brasileiro, colocando facilmente a bola na baliza. Este foi o quinto golo do ex-Braga no campeonato esta temporada.
Depois do golo, o FC Porto nunca mais e encontrou o seu caminho. O treinador dos azuis e brancos ainda lançou Quintero e Quaresma e foi dos pés do extremo português que se assistiu à melhor jogada da noite, mas Samaris cortou o lance no momento certo.
Aboubakar também entrou e jogou mesmo ao lado de Jackson, numa noite pouco feliz para o colombiano, que enviou duas vezes a bola aos ferros e viu o árbitro Jorge Sousa anular um golo por mão na bola.
Jorge Jesus soube controlar a partida, sem arriscar muito, mas o cinismo inteligente e a eficácia valeram três pontos ao Benfica, que está na liderança folgada, agora com seis pontos de vantagem sobre o FC Porto e Vitória de Guimarães.
Perto do final do clássico, os adeptos encarnados começaram a entoar uma música natalícia em tom de provocação para os portistas presentes.
Para o treinador do Benfica o objetivo da noite foi alcançado com mérito: Neutralizar o FC Porto. Na mesma sala, Lopetegui disse que a sua equipa foi muito superior ao rival lisboeta.
Um triunfo muito saboroso para os encarnados, que não venciam no Dragão desde 15 de outubro de 2005, ano em que Nuno Gomes também bisou.
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