À semelhança do que tem acontecido na história recente, o Vitória de Setúbal esteve longe de ter uma época tranquila e só assegurou a permanência na I Liga de futebol na derradeira jornada.
Depois de ter ‘virado’ o campeonato com 22 pontos, no nono lugar, a equipa quebrou na segunda volta. Essa tendência foi acentuada após a paragem provocada pelo covid-19, com apenas seis pontos somados nas últimas 10 jornadas, acabando por se salvar no derradeiro jogo, após triunfo (2-0) sobre o Belenenses SAD.
Sinal claro da instabilidade vivida foi o facto de os sadinos terem tido quatro treinadores: Sandro Mendes (entre a 1.ª e a 8.ª jornadas), Albert Meyong (9.ª à 11.ª e 30.ª), Julio Velázquez (12.ª à 29.ª) e, por último, Lito Vidigal (31.ª à 34.ª).
Com várias caras novas no plantel, algumas delas a terem as suas primeiras experiências fora dos seus países de origem, entre eles o argentino Mansilla e o marroquino Hachadi, e a continuidade do treinador Sandro Mendes, as expectativas dos dirigentes sadinos passavam por realizar uma época tranquila, o que não veio a acontecer.
Uma crise diretiva, provocada pela demissão em bloco de vários elementos da direção, e um ato eleitoral com cinco listas candidatas em janeiro de 2020, levaram à saída de Vítor Hugo Valente, que perdeu as eleições para o seu ex-vice Paulo Gomes.
Após o desconfinamento, em maio, o Vitória de Setúbal anunciou a rescisão de contrato por mútuo acordo com Ghilas, avançado que, com cinco golos, era na altura o melhor marcador da equipa.
A melhor série da equipa, que somou apenas dois êxitos na segunda volta (Tondela e Belenenses SAD), coincidiu com a altura em que Julio Velázquez assumiu o comando (entre a 12.ª e 14.ª jornadas os sadinos somaram sete pontos) e a pior entre a 19.ª e 33.ª, com seis empates e nove derrotas em 15 jogos.
O Belenenses SAD teve o segundo pior ataque, com os mesmos 27 golos do Belenenses SAD, e a 10.ª melhor defesa (43). Os avançados Guedes e Carlinhos, ambos com quatro tentos, foram os melhores marcadores.
A época ficou ainda marcada pela infeção viral que afetou a equipa em janeiro de 2020, situação que levou o Vitória, perante a recusa do Sporting (venceu 3-1) em adiar o jogo da 16.ª jornada, a atuar sem mais de metade do plantel.
Pela negativa, há a destacar o avançado marroquino Hachadi, que foi contratado como grande aposta da equipa no ataque, mas não se conseguiu impor nem ter o rendimento desejado pelo clube como ilustra o facto de ter apontado apenas um golo.
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