A edição 2021/22 da I Liga portuguesa de futebol registou um total de golos (807) superior ao das duas últimas épocas (739 em 2020/21 e 763 em 2019/20), mas a segunda volta ficou muito aquém da primeira.
Depois de um recorde de 422 tentos a meio de um campeonato a 18 clubes, à excelente média de 2,76 por encontro, a produção baixou drasticamente a partir da 18.ª jornada, com apenas 385 golos, à média de 2,52.
Com um registo idêntico, a prova teria ido para os 844 golos, que seria um novo recorde, em 24 edições com 34 jornadas, superando os 831 de 2015/16 (média de 2,72 por jogo), mas isso esteve muito longe de acontecer.
Ainda assim, foi possível bater as duas últimas épocas, mas não as de 2017/18 e 2018/19, nas quais foram marcados 826 golos, à média de 2,70 por embate.
Em termos coletivos, o Benfica foi o espelho da quebra na segunda volta, já que, depois de uma primeira metade com 49 golos - o melhor registo nas primeiras 17 rondas de um campeonato desde a versão 1975/76 dos ‘encarnados’ -, ficou-se por ‘pobres’ 29 na segunda.
Desta forma, o conjunto que foi comandado por Jorge Jesus (46 golos, em 15 jogos) e Nélson Veríssimo (32, em 19) perdeu o melhor ataque para o FC Porto, que totalizou 86 golos, o seu segundo melhor registo em termos absolutos.
Na lista dos ataques mais produtivos, o Sporting fechou o pódio, com 73 golos, 15 dos quais da responsabilidade do espanhol Pablo Sarabia, enquanto o Sporting de Braga foi quarto, bem longe, com 52, incluindo 19 de Ricardo Horta.
Em termos de goleadas, Benfica e FC Porto partilham dois 7-0 que ficaram na história pelas piores razões: as ‘águias’ venceram no Jamor um Belenenses SAD, dizimado pela covid-19, que se apresentou com nove, incluindo dois guarda-redes, valendo a desistência ao intervalo, e os ‘dragões’ bateram uns algarvios que foram ao Dragão com demasiadas poupanças.
Mais tentos do que nestes dois jogos, só na receção do Benfica ao Marítimo, num jogo em que os ainda comandados de Jesus ‘brindaram’ os insulares com um 7-1.
Em termos individuais, o uruguaio Darwin Núñez, do Benfica, não deu hipóteses à concorrência, ao somar 26 golos, aproveitando da melhor forma o adeus do colombiano Luis Díaz, que, a meio, somava os mesmos 13 pontos do benfiquista.
O jovem avançado ‘encarnado’, que deverá estar de saída para um qualquer ‘gigante’ europeu, foi também o ‘rei’ dos ‘hat-tricks’ (três) e dos ‘bis’ (cinco), sendo que não desperdiçou qualquer dos cinco penáltis que apontou.
No pódio, a acompanhar o primeiro uruguaio a sagrar-se melhor marcador do campeonato luso, ficaram o avançado iraniano Mehdi Taremi, do FC Porto, com 20, e o bracarense Ricardo Horta, o melhor dos portugueses, com 19.
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