O Boavista vai estrear-se na I Liga portuguesa de futebol sem reforços inscritos em tempo útil, face ao impedimento de inscrição de novos atletas determinado pela FIFA, reconheceu hoje o presidente da SAD, o ex-avançado senegalês Fary Faye.
“Apesar de todo o esforço colocado em prática por este Conselho de Administração (CA) nos últimos três meses, assumimos que este processo não estará concluído a tempo do início do campeonato. A sua resolução envolve múltiplos procedimentos e negociações intricadas, pelo que foi impossível de ultrapassar isso no curto tempo de vida deste CA”, admitiu o dirigente, numa mensagem publicada no sítio oficial das ‘panteras’ na Internet.
No início de julho, o Boavista anunciou as contratações do médio internacional nigeriano Ibrahim Alhassan, que tinha terminado contrato com o Beerschot, promovido ao escalão principal da Bélgica, e do dianteiro brasileiro Bruninho, cedido pelo Atlético Mineiro, mas nunca deixou de estar impedido pela FIFA de registar novos jogadores, devido a dívidas.
“Atualmente, estamos perante mais um grande desafio e um dos maiores da história da sociedade: a resolução dos impedimentos. A Boavista SAD tem estado impedida há três mercados de transferências de registar contratos com novos atletas, algo absolutamente inadmissível aos olhos do CA”, vincou, visando “soluções que permitam, de uma vez por todas, resolver este e outros problemas que dificultam o normal funcionamento da SAD”.
Fary assume já ter cumprido “quatro objetivos prioritários” fixados desde que rendeu Vítor Murta na presidência da sociedade, em maio, incluindo a manutenção na I Liga em 2023/24, o cumprimento dos pressupostos de inscrição na nova época e a resolução dos impedimentos nacionais, que permitiram renovar as inscrições de jogadores sob contrato até 22 de julho, prazo estabelecido pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
“É inegável que a credibilidade do Boavista foi, nos anos mais recentes, profundamente afetada por comportamentos e práticas totalmente contrárias aos valores que defendo e que em muito prejudicaram e continuam a prejudicar uma instituição com 121 anos. Não há outra forma de o dizer: encontrámos uma SAD destruída financeiramente e altamente ferida na sua credibilidade para o exterior. Agora, é hora de reconstruir e de recuperar a credibilidade - e esse é um dos pontos de honra deste CA”, apontou, desejando superar com “força e resiliência” os obstáculos já observados, “a maioria dos quais inesperados”.
À procura de saldar dívidas para levantar as restrições da FIFA em tempo útil, o clube do Bessa vendeu recentemente o lateral direito Pedro Malheiro aos turcos do Trabzonspor, embolsando dois ME fixos, mais 500 mil euros por objetivos, e o defesa central nigeriano Chidozie aos norte-americanos do Cincinnati, por 700.000 euros, 500.00 dos quais fixos.
“Não faço, nem nunca farei, falsas promessas. A situação é muito delicada, lutamos todos os dias pela nossa sobrevivência e o único compromisso que assumo é de que tudo farei para voltar a oferecer a dignidade, confiança e credibilidade ao Boavista. Quero construir um Boavista que orgulhe todos os boavisteiros, não só nos resultados desportivos, mas, sobretudo, nos valores e princípios”, disse Fary Faye.
O senegalês lembrou que, “tal como disse no dia” da sua apresentação como presidente da SAD, “há um longo caminho a percorrer” até os ‘axadrezados’ recuperarem “tudo aquilo que perderam nestes últimos anos”.
“Volto a assumir, sem qualquer receio, que nunca me vai faltar coragem para tomar as decisões certas para o bem do Boavista”, atirou Fary Faye.
O Boavista estreia-se na edição 2024/25 da I Liga frente ao Casa Pia no sábado, a partir das 18:00, no Estádio Municipal de Rio Maior, dando início à sua 62.ª participação, e 11.ª seguida, na prova sem Alhassan e Bruninho, que atuaram em vários particulares da equipa orientada pelo recém-contratado treinador italiano Cristiano Bacci.
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