O iraniano Mehdi Taremi, futebolista do Rio Ave, está a organizar uma campanha de solidariedade que pretende distribuir cerca de 80 mil máscaras no seu país, informou hoje o avançado no site oficial do clube da I Liga.
O jogador, que está a cumprir isolamento social em Vila do Conde, não ficou indiferente aos números da pandemia da covid-19 no Irão, onde há mais de 30 mil infetados e dois mil mortos, e desenvolveu contactos para iniciar uma campanha, dirigida à sua cidade natal, Bushehr, e às aldeias vizinhas, onde já chegou um primeiro lote de 20 mil máscaras.
"Nestes dias em casa, e ao acompanhar pelas notícias o que se passava também no Irão, decidi começar uma campanha, convidando algumas pessoas para se juntarem a mim, no sentido de ajudarmos a aumentar a produção de máscaras nos locais onde mais precisam delas", explicou Taremi, em declarações ao site do clube.
O avançado iraniano, internacional pelo seu país, pretende reunir remessas semanais de 20 mil máscaras durante o próximo mês, ajudando a equipar oito espaços de apoio a doentes infetados com o novo coronavírus, que vão estar à disposição da população local.
A viver sozinho em Portugal, e apesar do apoio do clube, Taremi confessou que "o medo e a ansiedade sobre uma doença podem ser esmagadores", mas garantiu que se tenta "concentrar no que ainda pode ser feito na rotina diária e criar novos hábitos que se adaptem a esta nova realidade".
"Sigo as recomendações de treino que me foram dadas para me manter em forma. O auto-isolamento tem sido uma ótima oportunidade também para ver alguns dos meus filmes favoritos, jogar online com amigos ou aprender a cozinhar", partilhou o avançado.
Apesar do Irão ser um dos países mais afetados pela pandemia, Taremi disse ter "a felicidade de não ter ninguém da família ou amigos infetado com a covid-19, apesar de todos estarem em isolamento em casa".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com quase 260.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até quarta-feira.
Em Portugal, que está em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril, registaram-se 60 mortes e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.
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