O antigo diretor geral do Sporting de Braga João Gomes, despedido com justa causa na sequência de um processo disciplinar instaurado há cerca de dois meses, diz que os factos que lhe imputam nunca existiram.
Em comunicado, João Gomes garantiu que as "situações graves [imputadas pelo clube] nunca existiram, e tanto assim é que o presidente [António Salvador] não as conseguiu concretizar", considerando que "tal atuação é indigna de um presidente de um tão grande clube como é o Sporting Clube de Braga".
João Gomes revela que o processo vai ser resolvido nas instâncias judiciais e, que, por isso, "os acontecimentos que deram origem a esta desavença tornar-se-ão públicos e fatalmente serão conhecidos factos efetivamente muito graves", mas não da sua conduta.
Apesar de reconhecer "um crescimento assinalável" ao clube e à gestão de Salvador "resultados muito positivos", o ex-dirigente frisa que "não podem os resultados justificar a preocupante situação financeira em que o clube se encontra e a aparente ausência de qualquer preocupação e fiscalização por quem tinha o dever de o fazer".
O antigo diretor geral diz ter divergido muitas vezes de António Salvador, sublinhando que "a administração existe para servir o clube e não para se servir dele", princípio que "impõe não só que os interesses do clube sejam sempre os únicos a ser tidos em conta, como também que a gestão do clube seja de uma transparência a toda a prova".
"Para que assim seja não pode, por exemplo, o clube celebrar negócios com empresas onde os membros da sua direção tenham interesses pessoais", deixou.
O Sporting de Braga reagiu em comunicado, revelando que João Gomes tentou coagir o clube "com a ameaça de divulgação de factos infundados na tentativa de extorquir ao clube ou à SAD" 250 mil euros, uma viatura Mercedes-Benz no valor de 60 mil euros e que lhe fosse atribuído subsídio de desemprego com o fim da relação laborar, tudo no prazo máximo de 24 horas.
O clube liderado por António Salvador diz ainda que o processo disciplinar terminou com a decisão de despedimento por justa causa, o que foi comunicado a João Gomes há uma semana.
Segundo o Sporting de Braga, só João Gomes "poderá esclarecer sobre as motivações para a chantagem que tem tentado exercer, ora sugerindo a ‘compra' do seu silêncio e procurando extorquir o clube em benefício próprio, ora expondo teses delirantes perante a comunicação social, numa atitude de mera revanche, típica de quem, sabendo-se incapaz de defender tais ocorrências nas sedes próprias, executa as suas vinganças pessoais na esfera pública".
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