Dia 1 de abril de 1960. Matateu e Yaúca são dados como reforços do Benfica numa 'sensacional transferência' que teria levado Coluna e Ângelo em rumo contrário para o Restelo.
A notícia apanhou de estrondo a falange benfiquista no dia 1 de abril de 1960. Até parecia mentira, mas a fotografia de primeira página na publicação "O Benfica ilustrado" não deixava grandes dúvidas: o 'grande Matateu' tinha trocado o emblema da 'Cruz de Cristo' pelo clube da Luz.
Numa fotografia em que surgia vestido com a camisola encarnada, Matateu era dado como certo no Benfica pela referida publicação, que, no entanto, prometia esclarecimentos da 'sensacional transferência' da 'Oitava Maravilha' para a Luz na contracapa.
Mas para além da ida de Matateu para o Benfica, também o jovem Yaúca era dado como certo no clube encarnado enquanto Coluna e Ângelo fariam o caminho contrário e surgiam, também eles, com as camisolas dos rivais.
No entanto, a justificação na contracapa deixava os adeptos do Benfica mais descansados com a seguinte explicação: "e, por fim resta-nos agradecer o excelente espírito de colaboração revelado pelos nossos jogadores Coluna e Ângelo e pelos belenenses Matateu e Yaúca para esta inofensiva brincadeira própria do DIA 1 DE ABRIL", podia ler-se na referida publicação.
Curiosamente, na derradeira jornada da época 1959/1960 o Benfica recebia o Belenenses e podia sagra-se campeão invicto caso não perdesse o encontro com os 'azuis' do Restelo. No entanto, um pontapé de canto marcado por Matateu acabou por dar em golo de Tonho, e em vitória por 2-1 para o Belenenses, o que deixou os dirigentes do Benfica numa posição incómoda, pois já tinham produzido faixas a dizer 'Benfica campeão invicto'.
Yaúca acabaria mesmo por ser reforço do Benfica três anos depois desta brincadeira, tendo sido por duas vezes bicampeão nacional na Luz e conquistado uma Taça de Portugal, para além daquela conquistada no Restelo.
Matateu, um dos símbolos máximos do emblema da 'Cruz de Cristo', acabaria por sair do Belenenses em 1963 para representar o 'grande rival' Atlético, enquanto Ângelo nunca representaria outro clube que não o Benfica. Já Coluna sairia da Luz por uma época para representar o Lyon na temporada 1970/1971 regressando depois para jogar no Estrela de Portalegre onde terminou a sua carreira.
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