Ricardo Silva, filho de José Silva, declarou na sétima sessão do julgamento que a despromoção do ex-árbitro na época de 2002/03, da terceira categoria nacional para os distritais, teve “como causa directa alegada falsificação na classificação” do final da temporada.
Árbitro assistente de José Silva, ex-árbitro da Associação de Futebol do Porto, Ricardo Silva sublinhou que “sem as alterações de notas com os factores de correcção não seria possível a descida do árbitro”.
“Teriam de acontecer coisas muito estranhas para se notar uma discrepância muito grande nas classificações, já que o meu pai tinha prestações imaculadas e regulares nos jogos”, disse Ricardo Silva, lembrando que, em 2001/02, José Silva foi o 51.º na classificação da terceira categoria nacional e, na temporada seguinte, desceu para 150.º.
Joaquim Moreira, que também integrou a equipa de José Silva como árbitro assistente, disse ter a convicção de que “deve ter havido algum problema” para a descida do ex-árbitro para 150.º, porque “em condições normais ele não desceria de categoria”.
José Silva, que auferia entre quatro a cinco mil euros por época na terceira categoria nacional e que abandonou após a despromoção para os distritais, constituiu-se assistente no processo em julgamento.
O ex-árbitro pede uma indemnização de 30 mil euros aos 16 arguidos, acusados de crimes de falsificação de documentos para a promoção e despromoção de categoria de árbitros nas temporadas de 200/03 e 2003/04.
Paulo Alves, outro ex-árbitro da Associação de Futebol de Leiria que se constituiu assistente, depõe na sessão da tarde de hoje e também reclama dos arguidos uma indemnização de 120 mil euros.
Pinto de Sousa, presidente do CA da FPF de 1983 a 1989 e de 1998 a 2004, é um dos arguidos neste julgamento, indiciado da prática de 144 crimes de falsificação de documentos.
Este processo foi originado pela certidão número 51, extraída do Apito Dourado, um processo judicial sobre eventual corrupção na arbitragem e no futebol profissional e outros crimes associados, uma investigação da equipa da procuradora adjunta Maria José Morgado.
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