O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, detido no âmbito do processo "Ajuste Secreto", regressou hoje ao exercício de funções e garantiu pretender levar o mandato até ao fim, embora ainda avalie se manterá a candidatura às autárquicas.
"Continuo no exercício pleno das funções que me competem enquanto presidente da câmara e pretendo manter-me no cargo até ao final do mandato para o qual fui legitimamente eleito", declarou o autarca Isidro Figueiredo à Lusa.
O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis e o ex-presidente Hermínio Loureiro foram detidos na passada semana por suspeitas de crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, peculato e tráfico de influência, no âmbito do processo “Ajuste Secreto”.
O autarca Isidro Figueiredo está na chefia do Executivo Municipal desde dezembro de 2016, quando assumiu a presidência da Câmara no seguimento da renúncia ao cargo por parte de Hermínio Loureiro.
Para o autarca, "desistir nesta fase era a solução mais fácil - não a mais responsável".
Quanto à candidatura àquele que poderá ser o seu primeiro mandato em título próprio, Isidro Figueiredo foi no início de maio confirmado pelas estruturas do PSD como cabeça-de-lista à câmara, mas está agora em aberto a hipótese de deixar de integrar a corrida eleitoral.
"Ainda não tomei uma decisão, mas ela será comunicada em breve", anunciou.
A operação "Ajuste Secreto" resultou de uma investigação que durava há um ano e culminou no dia 19 de junho com a detenção de sete pessoas, sendo que entre esses arguidos também se inclui o ex-autarca e vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol Hermínio Loureiro, o ex-presidente do conselho de administração da Assembleia da República João Moura de Sá (do PSD) e o presidente da concelhia social-democrata de Oliveira de Azeméis José Oliveira, assim como três empresários da construção civil.
Em causa estarão ilegalidades cometidas em concursos públicos e nos ajustes diretos de obras municipais, sendo que, no decurso da investigação, foram realizadas buscas em cinco câmaras municipais (Oliveira de Azeméis, Estarreja, Albergaria-a-Velha, Matosinhos e Gondomar) e em cinco clubes de futebol do concelho de Azeméis.
Esta segunda-feira todos os arguidos foram libertados em prisão preventiva, mediante o pagamento de cauções entre os 15 mil e os 60 mil euros, à exceção de José Oliveira, dispensado dessa medida.
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