O treinador Jesualdo Ferreira mostrou-se hoje focado em capitalizar a revolta dos futebolistas do Boavista, agudizada na derrota com o Gil Vicente (1-2), frente ao Nacional, adversário de terça-feira, em jogo da 18.ª jornada da I Liga.

“A evolução nestes dias é sempre progressiva. Além do esforço físico que é necessário recuperar, há uma componente mais difícil ao nível emocional. Vamos picar aquela zona da revolta para ver se os atletas voltam com a disponibilidade mostrada no último jogo”, apontou o técnico, em declarações publicadas nas redes sociais do clube portuense.

Os ‘axadrezados’ terminaram a primeira volta com o pior registo caseiro do campeonato, fruto de uma vitória, dois empates e cinco derrotas, enquadrado pela “revolta e tristeza” geradas pela arbitragem de Hélder Malheiro no encontro de sexta-feira, da 17.ª ronda.

“Perdemos por causa de um penálti e já todos sabem qual foi a opinião do Conselho de Arbitragem. Perdemos por um segundo golo, que aconteceu num momento em que o desespero nos retirava aquele equilíbrio que nunca podemos perder. Isso acabou por nos castigar em relação a algumas questões que ainda não conseguimos superar”, notou.

Ciente de que os assuntos disciplinares “não dizem respeito diretamente” ao plantel do Boavista, mesmo que os pontos em causa “não sejam recuperados”, Jesualdo Ferreira preferiu direcionar atenções para a “terceira final” consecutiva na luta pela permanência.

“Conseguimos ganhar a primeira, mas não a segunda. Há sempre mais uma e teremos uma equipa determinada, tentando perceber que os jogos decisivos são para ganhar ou, quando não se consegue, para não cometer erros para se perder. É preciso estabilizar taticamente a equipa e estarmos mais concentrados em certos momentos”, analisou.

O experiente treinador quer ver melhorias na zona de decisão, sabendo que o defesa Chidozie e o médio Paulinho estão de regresso, numa situação inversa à do promissor Angel Gomes, que viu o quinto cartão amarelo e vai cumprir uma partida de suspensão.

“Se virem com alguma calma, o último jogo foi de grande intensidade. O Boavista foi rápido e tentou ser pressionante, mas as nossas saídas em contra-ataque nunca tiveram muito espaço. Deu-me a sensação de que deveríamos ter ganhado. Vou tentar levar estas sensações para o próximo jogo e espero que as coisas se concretizem”, afiançou.

Jesualdo Ferreira deteta uma “fase mais serena e confiante” no Nacional, em função da ausência de derrotas nas últimas três jornadas, mas espera que as ‘panteras’ consigam “provocar e aproveitar” as falhas de um adversário que “dividirá a iniciativa” no Bessa.

“Será um figurino idêntico ao último jogo. A única coisa que desejo é que não se repitam os erros que nos penalizaram bastante”, concluiu o técnico, ausente da conferência de imprensa no final da partida com o Gil Vicente, na qual o presidente Vítor Murta se queixou que os portuenses foram “roubados” pela equipa de arbitragem de Hélder Malheiro.

O Boavista, 16.º e antepenúltimo classificado, com 14 pontos, recebe o Nacional, na nona posição, com 18, na terça-feira, às 19:00, no Estádio do Bessa, no Porto, num encontro da 18.ª jornada da I Liga, com arbitragem de Fábio Melo, da associação do Porto.