No âmbito de um encontro com o plantel profissional, treinadores e direcção do Leixões, equipa da Liga principal, o dirigente lamentou o facto do SJPF ter de recorrer a este expediente para discutir os problemas de futebol em Portugal.
“Gostava que a Liga e a Federação fossem a locomotiva e não é isso que constato. O sindicato gostaria que fosse o contrário. É altura de percebermos se temos dois líderes capazes de serem a locomotiva do futebol português, ou não, e, se não forem, com o devido respeito, temos de os mudar”, afirmou.
Joaquim Evangelista prevê que o problema dos salários em atraso volte a estar em destaque ao longo da época: “Os contratos que se faziam há alguns anos já não são possíveis. Temos alguns jogadores que são obrigados a emigrar porque não encontram emprego”.
O presidente do SJFP quis “desmistificar” a ideia de que só visita os clubes quando há problemas e revelou que os assuntos abordados com os jogadores incluíram a qualificação e a protecção social, fiscalidade e segurança social.
“Os casos que houve no passado não os procurei. Tive necessidade de intervir porque não houve outra via a seguir. Este sinal que dou hoje é de alguém que sabe que os tempos são difíceis. Vamos ter que reformular os quadros competitivos, porque não temos capacidade para tantos clubes profissionais, e as regras vão ter de ser outras ao nível orçamental, o que já está a ser discutido no plano internacional”, afirmou.
Joaquim Evangelista elogiou o Leixões por ser um clube “formador” e acrescentou que a reunião que decorreu em Matosinhos é a “primeira de muitas”: “É altura de darmos a mão, o sindicato está disponível para isso”.
Carlos Oliveira, presidente do Leixões, negou que a reunião com Evangelista estivesse relacionada com a atribulada relação entre os matosinhenses e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), de cuja direcção o clube se demitiu na semana passada.
O dirigente do Leixões sugeriu a criação, na LPFP, de um Conselho Superior, onde os clubes mais representativos tivessem assento, e admitiu a hipótese do clube nortenho ter dificuldades no pagamento de salários durante a temporada.
“Vamos tê-las, mas também é bom que se registe aqui que esta é a sexta equipa que monto no Leixões e, com todos os atrasos, todas as épocas, pagámos sempre o que prometemos aos jogadores”, frisou.
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