O diretor desportivo do Vitória de Guimarães, José Pereira, disse hoje que o pedido de demissão de Manuel Machado está relacionado com a forma como o técnico foi tratado por uma «franja minima» de adeptos. 

«Estou aqui a fazer o que menos desejaria e menos esperava na minha carreira ligada ao futebol: hoje mesmo o professor Manuel Machado pediu a revogação do seu contrato e, em princípio, a restante equipa técnica continuará em funções e será interinamente liderada pelo Basílio Marques», começou por dizer José Pereira.

O dirigente disse sentir «mágoa» e «lamentar» a decisão do técnico, que hoje reuniu a sós com o presidente da direção, Macedo da Silva, e disse que as razões «são as inerentes à situação e à forma como o professor vem sendo tratado por uma franja mínima de associados que não se revê nas suas posições». 

O Vitória de Guimarães foi eliminado quinta-feira da Liga Europa de futebol, depois de ser goleado em casa pelo Atlético de Madrid por 4-0 (tinha já perdido por 2-0 na primeira mão).

«Ele pôs sempre os interesses do Vitória acima da sua própria pessoa, entendeu que não estavam reunidas as condições e demitiu-se para que a direção, ainda no início de época, faça as alterações necessárias para o clube fazer um campeonato compatível com o investimento, a estrutura e a equipa que tem neste momento», disse.

José Pereira disse que ainda não há nomes ideias sobre o novo treinador, porque a decisão de Manuel Machado apanhou de surpresa os responsáveis vitorianos e «não fazia parte dos planos substituí-lo».

O dirigente elogiou o treinador cessante, considerando que «em termos técnicos, o professor reúne todas as condições e mais uma para ser um belíssimo treinador no Vitória ou noutra equipa qualquer».

«No entanto, não desconheço que existe uma franja de associados que não se revê nas posições do professor, mas isso vai acontecer com o próximo treinador e vai acontecer sempre aqui em Guimarães», notou. 

O reforço Nuno Assis já treinou hoje perante cerca de 200 adeptos que se mostraram divididos pela decisão de Manuel Machado.