Pedro Madeira Rodrigues é o único dos sete candidatos à presidência do Sporting que rejeita a continuidade do treinador da equipa principal de futebol, José Peseiro, justificando que "não quer perder tempo com experiências temporárias".
Com a questão do treinador bem definida, o candidato da lista C anunciou a contratação do italiano Claudio Ranieri, que assegura estar apenas à espera que vença as eleições no sábado para assumir o cargo.
"Todos os outros seis [candidatos] veem em José Peseiro a aposta do futuro e eu, agradecendo a coragem de Peseiro pelo que tem feito, não o vejo como treinador para o futuro", sublinhou Pedro Madeira Rodrigues, em entrevista à agência Lusa.
O gestor, de 47 anos, foi ainda mais longe ao explicar porque não deseja continuar a contar com treinador português.
"Eu sou o único que não quer perder tempo com experiências e soluções temporárias. Temos de atacar já o campeonato nacional. Em termos de exibições estamos muito aquém, mas felizmente estamos a ter resultados e na liderança do campeonato em conjunto [com outros clubes]", reconheceu.
De seguida, voltou-se então para o seu técnico, Claudio Ranieri, e apontou as várias razões pela sua escolha, destacando a promessa de levar o clube à conquista do título nacional que escapa desde 2002.
"Foi ganhando troféu pelos clubes por que passou, foi reconhecido por todas as pessoas, ganhou um campeonato contra tudo e contra todos e ganhou o prémio do melhor treinador do mundo. Ele disse-me e prometeu que ia ser campeão no Sporting. Quer ganhar títulos e vai trazer uma gestão de balneário. É a pessoa certa", assegurou.
Já o atual presidente da SAD dos ‘leões', José Sousa Cintra, mereceu elogios ao trabalho que tem feito, mas também algumas críticas, voltando Madeira Rodrigues a tocar no tema treinador e na saída de futebolistas como Francisco Geraldes e João Palhinha.
"Sousa Cintra trouxe sanidade. Não tenho vergonha de ver um presidente falar, com otimismo e uma alegria que é contagiante, mas tenho pena de não ter participado neste mercado, porque vi jovens a sair que seriam claramente apostas nossas. Houve situações mal geridas, mas não sei de quem foi a culpa", lamentou.
Madeira Rodrigues voltou a criticar Sousa Cintra por não ter sido esclarecedor na apresentação de Peseiro: "Devia ter deixado claro que era temporário e que quem chegasse no dia 08 [sábado] tinha todo o direito de escolher. Deixou desgastar a minha imagem".
Por outro lado, a mentalidade que tem observado, face às ações do corpo técnico e dos jogadores, tem incomodado de certa forma Madeira Rodrigues, que promete mudar caso seja eleito.
"Festejámos um empate contra um ‘rival' [no dérbi com o Benfica] e isso nunca mais vai acontecer. Pessoas da equipa técnica do Sporting irem pedir camisolas a jogadores do Benfica não é cultura do Sporting. Temos de dar uma grande volta em termos de mentalidade, com todo o respeito pelas pessoas que lá estão", referiu.
O gestor disse ainda não perdoar os quatro jogadores formados no clube que alegaram justa causa para rescindir os contratos, casos de Rui Patrício, Daniel Podence, Gelson Martins e Rafael Leão, na sequência dos graves acontecimentos ocorridos a 15 de maio na Academia, em Alcochete.
"Viraram as costas ao Sporting, é imperdoável. Claro que foram influenciados, mas nada disto desculpa o que fizeram. Não tenho dúvidas que vamos ganhar essas causas. Estou zangado com os jogadores e vamos levar até às últimas consequências", concluiu.
As eleições no Sporting estão marcadas para sábado.
Além de Pedro Madeira Rodrigues, concorrem ao ato eleitoral João Benedito (lista A), José Maria Ricciardi (B), Frederico Varandas (D), Rui Jorge Rego (E), José Dias Ferreira (F) e Fernando Tavares Pereira (G).
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