O recém-eleito presidente do Desportivo das Aves, António Freitas, assumiu hoje ter quebrado relações com Estrela Costa, acionista da empresa Galaxy Beleviers, que gere o futebol do lanterna-vermelha da I Liga.
“A Estrela Costa insultou-me ontem [sexta-feira] do piorio e o diálogo acabou. Terei reuniões com outros acionistas, mas que não seja com essa senhora, que não percebe nada de futebol.Com ela a relação começa mal, ao contrário de Wei Zhao, presidente da SAD”, referiu o líder honorário dos avenses, à margem da tomada de posse.
António Freitas admitiu à agência Lusa na sexta-feira separar o Desportivo das Aves da administração do futebol profissional, caso encontre um clube em decadência futebolística e financeira, priorizando o “diálogo” para “ver se a SAD está a cumprir” o protocolo, sob pena de recorrer a “advogados fortes no direito desportivo” para “descolar pela lei”.
“Admito tudo, mas os sócios são soberanos e não quero ver o Aves nos distritais. Apenas sei, enquanto gestor, o que faria se estivesse na situação deles. Que não pensem que irão ter tarefa fácil, mesmo que a direção cessante, principalmente no último ano, tenha sido muito penalizada pelas atitudes e gestão desta sociedade anónima”, avaliou.
O empresário (lista B) reassumiu hoje a presidência dos nortenhos rumo ao biénio 2020-2022, ao derrotar o atual vice-líder para a formação Joaquim Neves (A), com 56,8% dos votos, no sufrágio mais concorrido da história do emblema do concelho de Santo Tirso, ao qual compareceram 753 de 1.154 associados inscritos nos cadernos eleitorais.
“Estas eleições correspondem a uma vitalidade enorme do clube. O meu histórico ajudou a balançar um bocadinho para o meu lado, mas a outra lista era forte, deu muita luta e era capaz de colocar o Aves no caminho certo. Garanto que daqui a semanas irão ver melhores títulos na imprensa a condizer com o nome da instituição”, afiançou.
António Freitas, de 66 anos, regressa ao posto que ocupou de 1998 a 2001, antecedido pela chefia de duas comissões administrativas, assumindo os 10% detidos pelo clube desde 2015 na gestão do futebol profissional, entregue ao grupo de investidores Galaxy Believers, empresa proprietária dos restantes 90% da SAD avense.
Os nortenhos têm atravessado uma série de contrariedades desportivas, diretivas e financeiras e ocupam o 18.º e último lugar da I Liga à entrada para as últimas seis jornadas, com apenas 14 pontos, outros tantos abaixo da zona de salvação, e podem descer à II Liga na segunda-feira, quando receberem o Moreirense para a 29.ª jornada.
A tomada de posse dos novos corpos sociais do Desportivo das Aves para o biénio 2020-2022 decorreu no pavilhão do clube, onde se consumou a despedida de Armando Silva, que afastou uma recandidatura em 29 de maio, mostrando-se “emocionado” e “orgulhoso” por ter “honrado e feito o possível e o impossível” desde a temporada 2010/11.
“Era uma altura em que tinha mesmo de sair. Foram anos bons e fui sempre apoiado pelos sócios. Sei que o Aves está muito bem entregue. Temos alguns problemas para resolver e creio que o António Freitas tem mais capacidade para isso”, resumiu.
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