O antigo futebolista e atual treinador Pedro Emanuel é o proprietário de uma empresa dedicada ao comércio de retalho de vinhos, a Wine o'Clock - Cave Internacional, que em 2011 faturou cerca de «1,8 milhões de euros».
«O crescimento não foi tanto quanto esperávamos, mas ainda assim vendemos mais de 200 mil garrafas no ano passado», disse à Agência Lusa o ex-jogador do Boavista e do FC Porto e agora técnico da Académica.
Pedro Emanuel contou que a sua ligação aos vinhos começou através de «jantares de degustação», que foi frequentando nos tempos livres que o futebol lhe ia deixando.
«Não sou muito de colecionar, compro e bebo», revelou, confessando preferir os vinhos do Douro", por serem «mais expressivos».
Um dia, porém, decidiu ir mais longe, acompanhado por dois sócios, António Nora e Francisco Freitas, estes sim relacionados com o mundo vínico, e dessa sociedade surgiu a Wine o' Clock e a primeira loja, num «antigo armazém em boas condições e devoluto», na zona sul de Matosinhos.
O estabelecimento abriu em maio de 2007 e distribuiu-se por dois pisos com «300 metros quadrados e mais de 2.500 referências de vinhos, 70 por cento portugueses».
A loja, de linhas contemporâneas e onde reina a cor preta, inclui um bar no primeiro piso, que acolhe periodicamente provas, e «uma cave fria» reservada aos vinhos mais exclusivos, que ali são tratados como reis, a uma temperatura de 14 graus.
«Aqui, o preço de entrada é de 50 euros», disse Pedro Emanuel.
É aí nesse espaço climatizado que se encontra um uísque escocês Macallan, à venda por 3.959 euros, lado a lado com outras preciosidades, desde vinhos tintos e brancos, champanhes e espirituosos.
Em 2007, a Wine o'Clock instalou-se em Aveiro (setembro) e Lisboa (novembro), mas só a loja desta cidade continua aberta.
Pedro Emanuel afirmou que «Aveiro foi a parte menos boa do projeto e que, por isso, decidiu fechá-la», mas Lisboa está a ser uma aposta vencedora.
De então para cá, a sociedade alterou-se: António Nora e Francisco Freitas retiraram-se e «um fundo de investimento espanhol ficou com 50 por cento do capital», mas acabou também por sair em 2011, «devido à crise no seu país».
Pedro Emanuel é hoje "detentor de 96 por cento" do respetivo capital.
Em Portugal, a Wine o' Clock planeia expandir o seu negócio, através de «parcerias», havendo desde já «cinco possibilidades muito fortes, duas delas em andamento».
O segredo é a alma do negócio, mas o empresário acabou por dizer à Lusa que uma dessas parcerias tem como destino a «Baixa portuense».
Com uma empresa vocacionada para a distribuição, a Great Wines, a Wine o'Clock - Cave Internacional adianta que «a exportação do seu conceito é um dos próximos passos».
Pedro Emanuel adiantou que «Angola, Brasil, Bélgica e Suíça» são países onde esses passos já estão «avançados», revelando ainda que, «num futuro longínquo, a China é um alvo e já houve contatos».
A paixão recente pelo vinho não fez esmorecer o seu interesse pelo futebol, garantiu.
«O futebol ocupa-me muito mais tempo, é onde me sinto mais vontade, porque é algo que respiro há muitos anos», resumiu o técnico da Académica, na véspera da receção ao Benfica.
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