Jorge Nuno Pinto da Costa vai recandidatar-se à presidência do FC Porto nas eleições dos órgãos sociais do clube para o quadriénio 2024-2028, que devem decorrer em abril, anunciou hoje o líder dos vice-campeões nacionais de futebol.
“Sou candidato à presidência do FC Porto”, informou o dirigente, ao discursar durante a sessão de lançamento do projeto “Todos Pelo Porto”, que decorreu no Coliseu do Porto.
Imagens da apresentação da candidatura de Pinto da Costa
Eis algumas partes do seu discurso de candidatura
Contas positivas: "Tinha condicionado a minha recandidatura a três factos: passagem aos oitavos da Champions, o que foi a batalha e arma de arremesso às minhas direções, já se calaram, as contas positivas e os capitais próprios positivos: não vou poder revelá-los por imposição da lei e da CMVM, posso dizer que se estou aqui é porque dentro de uma ou duas semanas teremos saldo positivo em algumas dezenas de milhões de euros e os capitais próprios positivos. Nós explicámos, mas ninguém quis ouvir, tinha sido estratégia apresentar saldo negativo para resistir ao ataque que foi feito para levar Diogo Costa e Pepê, optamos por mantê-los, saldo negativo e sabendo que iríamos inverter a situação e ter, como vão estar, capitais próprios positivos."
Desafio pessoal: "Desde que cheguei ao FC Porto não me lembro de ter tido um momento de desafogo financeiro. Em 1982 tive que abrir conta em meu nome para que farmácia fornecesse ao FC Porto ligaduras. Ao fim de meia dúzia de meses, quando regularizámos, disse: debite ao FC Porto se não qualquer dia dizem que tenho fabricado múmias."
Críticas a Angelino Ferreira: "Li de ex-membro da minha direção, candidato noutra lista, a preocupar-se com situação financeira. Queria aqui dizer que ninguém mais se preocupou com essa situação do que eu. Como eu só o doutor Fernando Gomes viveu intensamente esse problema e o tentou e conseguiu resolver. Queria dizer que nesses momentos imensos de dificuldades foi o período mais difícil e custoso para mim o tempo em que o Dr. Angelino Ferreira foi responsável pelas finanças do FC Porto. Porquê? Porque estivemos meses sem pagar salários aos nossos trabalhadores. Isso é que me doía na alma, não era as contas, falta de dinheiro, era ver que os nossos dedicados colaboradores não recebiam ao fim do mês o que lhes era devido. Portanto, estejam sossegados, porque quem ultrapassa situações como essas, como as recentes, pode estar descansado que o FC Porto nunca sucumbirá. Será sempre um baluarte da cidade, um brasão da cidade, um orgulho para todos nós."
Pinto da Costa, de 86 anos, concorrerá a um 16.º mandato seguido à frente do FC Porto, numa fase em que é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, tendo sido eleito pela primeira vez como 33.º presidente da história do clube em abril de 1982.
O dirigente junta-se ao empresário Nuno Lobo, candidato derrotado em 2020, e a André Villas-Boas, ex-treinador da equipa principal de futebol, entre os candidatos às próximas eleições dos ‘dragões’, que ainda não têm data marcada, mas deverão ocorrer em abril.
Há cerca de quatro anos, no primeiro ato eleitoral do FC Porto desde 1991 com mais do que uma candidatura, Pinto da Costa foi reeleito pela 15.ª ocasião como presidente, ao vencer o jurista José Fernando Rio e Nuno Lobo com 68,65% dos votos dos associados.
Nascido em 28 de dezembro de 1937, na freguesia portuense de Cedofeita, começou por exercer cargos diretivas em várias modalidades amadoras do clube, em 1962, incluindo o boxe e o hóquei em patins, e passou a chefiar a secção de futebol (1976-1980), antes de se ter tornado candidato único à sucessão do então presidente Américo de Sá, em 1982.
Em quase 42 anos completos sob a presidência de Pinto da Costa, o FC Porto iniciou um novo ciclo no futebol nacional e mais do que quintuplicou o seu palmarés - de 16 para 84 troféus -, ao celebrar 23 campeonatos, 15 Taças de Portugal, 22 Supertaças Cândido de Oliveira, uma Taça da Liga, duas Taças dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões, duas Taças UEFA/Liga Europa, uma Supertaça Europeia e duas Taças Intercontinentais.
Em busca da projeção nacional e além-fronteiras, os ‘dragões’ acumularam vários outros sucessos nas camadas jovens e em modalidades como andebol, atletismo, basquetebol, boxe, bilhar, ciclismo, hóquei em patins, natação e voleibol, além do desporto adaptado.
Os 15.262 dias contabilizados desde a sua primeira tomada de posse, em 23 de abril de 1982, seis dias depois das eleições, pautaram-se ainda de modernização infraestrutural, refletida na abertura do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia (2002), no Olival, do Estádio do Dragão (2003) e do Dragão Arena (2009), que vieram render os já demolidos Estádio das Antas e pavilhão Américo de Sá, ou do museu do clube (2013).
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