Os incidentes com o videoárbitro (VAR) no empate entre FC Porto e Arouca (1-1), no domingo, da quarta jornada da I Liga, prejudicam a projeção do futebol português, lamentou hoje o presidente do campeão nacional Benfica, Rui Costa.

“O que se passou no [Estádio do] Dragão não é a melhor forma de vender o campeonato nacional. Iremos ter mais dificuldade em angariar os valores necessários para os direitos televisivos. Da nossa parte, iremos procurar fazer aquilo que nos compete, ser melhor do que os adversários dentro de campo e procurar que haja justiça, clareza e que situações como aquela deixem de existir”, comentou o dirigente ‘encarnado’, em entrevista à BTV.

Na segunda-feira, o FC Porto formalizou junto do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) o protesto da partida face ao Arouca, tendo em vista a sua anulação, numa medida argumentada pela atuação do árbitro Miguel Nogueira durante a reversão de uma grande penalidade assinalada por falta sobre o iraniano Mehdi Taremi.

Alertado pela equipa de videoarbitragem para consultar as imagens dessa jogada, que aconteceu aos 90+6 minutos, quando os visitantes venciam por 1-0, o ‘juiz’ deparou-se com alegadas dificuldades técnicas, contactou por via telefónica com Rui Oliveira, o VAR da partida, e chamou os treinadores de cada equipa para transmitir a sua decisão final.

“Mais do que surpreendido, [fico] preocupado. Se o ano é importante para os clubes por causa da Liga dos Campeões, não deixa de ser um ano importante também por causa da discussão sobre os direitos televisivos. Se estamos à procura de bons espetáculos para vendermos a I Liga, teremos de mudar muita coisa no nosso futebol”, apelou Rui Costa.

Em causa esteve, de acordo com o Conselho de Arbitragem (CA) da FPF e a Altice, uma falha de energia do sistema de VAR entre os 87 e os 90+11 minutos da partida, tendo o respetivo suporte de reserva ficado esgotado, versão contrariada pela SAD do FC Porto.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) anunciou que vai solicitar ao Conselho de Disciplina (CD) federativo a instauração de um processo de inquérito a esse ‘apagão’ de 14 minutos do VAR verificado no encontro disputado no Estádio do Dragão, no Porto.

Depois deste episódio, o FC Porto voltaria a dispor de novo castigo máximo, que o luso-brasileiro Galeno desperdiçou, aos 90+15 minutos, antes de o brasileiro Evanilson selar o 1-1, aos 90+19, depois de o espanhol Cristo González ter adiantado o Arouca, aos 84.

O Benfica chegou à primeira paragem da prova para os jogos das seleções nacionais na quarta posição, com nove pontos, menos um do que o trio de líderes constituído por FC Porto, Sporting e Boavista, face ao qual sofreu a única derrota da época (3-2), no Bessa.

“Se me pergunta se estou satisfeito com aquilo que tenho visto nestas quatro jornadas, evidentemente que não. Não vou estar aqui a pisar aquilo que já toda a gente viu e falou. Iremos estar sempre alerta e vamos ser sempre um clube que procura que o campeonato se desenrole em campo e que quem ganhe seja o mais forte. É isso que vamos procurar fazer, jogue-se os minutos que jogarmos”, completou Rui Costa, “partindo do princípio de que revalidar um título” de campeão nacional “é sempre mais difícil do que conquistá-lo”.

*Artigo atualizado