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O Sindicato da Polícia contesta «forma quase autoritária» da Liga em querer impor policiamento gratuito.
O presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira, contestou hoje a «forma quase autoritária» como o líder da Liga de Clubes pretende impor a gratuitidade do policiamento nos estádios de futebol.
«O nosso espanto já não é a confusão nos estádios, mas a reação do presidente da Liga de Clubes, a querer vir, de uma forma quase autoritária, impor a ideia de que a segurança nos estádios tem que ser assegurada pelo Estado português», referiu à agência Lusa o dirigente sindical.
Contrapondo à tese de Mário Figueiredo, que hoje responsabilizou o Governo pelos recentes incidentes nos campeonatos profissionais, Armando Ferreira disse «subscrever por completo» as declarações do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.
«Quem organiza o jogo é responsável pela sua segurança: sempre assim foi e é assim que terá que ser sempre», sublinhou, advertindo os clubes para fazerem «jogos à porta fechada se não têm capacidade para garantir a segurança dos seus adeptos».
Segundo Armando Ferreira, «não se pode exigir a um país em situação financeira difícil que tenha de suportar luxos desportivos de entidades com fins comerciais».
«Os jogos de futebol são promovidos por sociedades desportivas, por empresas. E as empresas, em Portugal, não podem ser beneficiadas só porque são desportivas», argumentou.
A propósito do incidente de hoje – suspensão do jogo entre as equipas B do Vitória de Guimarães e Sporting de Braga, da II Liga -, Armando Ferreira alertou: «As pessoas que foram agredidas poderão recorrer aos tribunais e fazer pedidos de indemnização aos clubes, pois a responsabilidade é deles».
Razão pela qual advertiu: «Esperamos que o conselho que demos há duas semanas seja aceite pelos presidentes dos clubes de futebol: não aceitem fazer jogos sem a presença de elementos da PSP, porque é um risco para eles próprios».
O dirigente do SINAPOL reconhece que a atual lei «deixa em aberto a possibilidade dos clubes escolherem se querem ter ou não polícias» nos recintos desportivos.
«Mas, o risco é grande. Na minha opinião, acho que, se os clubes continuarem a insistir nisso [ausência de policiamento], o que há a fazer é mudar a lei», disse à Lusa Armando Ferreira, para quem «as entidades desportivas estão a pôr em causa, por questões economicistas, a segurança das pessoas».
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