O treinador do Trofense, Porfírio Amorim, admitiu este domingo ter «sentimentos antagónicos» depois de ter vencido o Santa Clara por 1-0, pois o resultado foi insuficiente para a subida à primeira Liga de futebol.
«Eu tenho de dividir estes sentimentos completamente antagónicos por duas razões: a primeira porque fomos de longe a melhor equipa do campeonato, daí que não vou endereçar os cumprimentos ao campeão e ao vice-campeão, por razões óbvias; e a segunda porque o primeiro sentimento é de uma profunda tristeza porque fomos melhores», disse.
Apesar da tristeza por não ter conseguido aceder à primeira Liga, Porfírio Amorim reconheceu na sala de imprensa do Estádio de são Miguel, em Ponta Delgada, que este é também «um dos momentos mais felizes» da sua vida, porque em 35 anos de carreira nunca teve uma equipa como a actual do Trofense.
«É pena que para viver esta alegria tenha de sofrer tanto, mas é a vida. Vamos ver o que vai acontecer no futuro, mas quem trabalha como nós trabalhamos, equipa técnica, jogadores e presidente, não tem de ter medo do futuro. No entanto, precisamos de ser mais apoiados», avançou.
Segundo Nuno Lima, director de imprensa do Trofense, havia «um sentimento de frustração no balneário», já que esta foi a primeira vez que uma equipa fez 54 pontos e não subiu de divisão.
«Importa realçar o profissionalismo e a dignidade dos nossos profissionais. Foram verdadeiros homens em todos os sentidos, honraram os valores que o nosso clube defende e todos deram o máximo para dedicar esta vitória ao presidente, que tem feito um esforço sobre-humano para manter a equipa neste patamar», disse.
Num momento de indefinição quanto à continuidade da Direcção do Trofense, Nuno Lima disse acreditar que Porfírio Amorim será para continuar no comando técnico da equipa caso se mantenha o actual elenco dirigente.
«Não há dúvidas quanto ao profissionalismo e à qualidade do trabalho que o ‘mister’ Porfírio Amorim fez no clube. Mesmo quando o Trofense subiu à primeira Liga, fê-lo com 52 pontos e esta época somámos 54. Temos também um histórico de chamadas às selecções», afirmou.
O capitão da equipa Tiago considerou «injusto» o facto de a equipa não ter conseguido subir à primeira Liga, «por aquilo que produziu ao longo da época», e considerou que o clube foi penalizado, deixando no ar algumas queixas das arbitragens.
«Houve momentos importantes na época que fomos bastante penalizados. Momentos importantes, jogos importantes, em nossa em casa, muitas vezes, e isso custa-nos porque fizemos tudo em campo, deixámos a pele em campo. Acho que é injusto», frisou.
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