O selecionador português de futebol de sub-20 defendeu hoje que os jovens jogadores têm de ter oportunidades ao mais alto nível para mostrarem o talento que possuem.
Confrontado com ausências dos vice-campeões mundiais de sub-20 em 2011 de clubes de topo e mesmo da seleção principal, Ilídio Vale afirmou que, "sem qualquer dúvida", alguns jogadores dessa geração "têm muita qualidade", responsabilizando os clubes pela aposta na menor qualidade estrangeira em detrimento da qualidade nacional.
"Essa é uma questão central. Penso que o jovem português, o jogador que é talentoso e já demonstrou talento, tem de ter oportunidade para demonstrar esse talento ao mais alto nível, não é a nível médio nem a nível baixo", argumentou o técnico que levou a equipa das “quinas” à final do Mundial2011, na Colômbia.
De acordo com o selecionar de sub-20, "tem de haver uma correlação muito forte" entre a qualidade do jogador, a qualidade do jogo e a qualidade da experiência que é proporcionada ao atleta.
"Se isso não acontecer, treinador e jogador podem ter muita competência mas não têm como demonstrar essas competências", avisou.
Por outro lado, disse ser importante que treinadores e dirigentes possuam "a mesma atitude crítica" perante um jogador formado em Portugal e um jogador formado no estrangeiro.
"Têm de ter a mesma atitude, o mesmo critério de análise, avaliação e mesmo de crítica relativamente àquilo que é o desempenho dos jogadores formados em Portugal e fora de Portugal. Não é ter dois pesos e duas medidas", sublinhou.
No entanto, o técnico nacional assumiu que "também é verdade" que o jogador português, quando atinge um plano de destaque "por vezes, acomoda-se um pouco".
"Esse é um erro capital que pode ser extremamente penalizador para aquilo que é o seu futuro em termos de carreira ao mais alto nível", enfatizou Ilídio Vale.
O técnico nacional disse ainda que existe "um grande esforço" em Portugal, por parte de todos os clubes e também da Federação Portuguesa de Futebol, na formação de jovens jogadores, apesar dos constrangimentos existentes de natureza económica, organizativa e de infraestruturas.
"Temos de continuar a melhorar a nossa organização competitiva, proporcionar competição adequada ao desenvolvimento dos jovens, continuar a desenvolver competências ao mais alto nível na formação dos treinadores e racionalizar e investir melhor em novos espaços, porque os espaços continuam a ser muito poucos para a prática e treino do futebol", defendeu.
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