Portugal e Espanha empataram sem golos no Estádio José Alvalade, num jogo amigável que fica marcado pelo regresso dos adeptos aos estádios em Portugal continental e em que as duas equipas dispuseram de várias ocasiões para marcar, mas em que o nulo persistiu mesmo durante os 90 minutos.
Depois de uma primeira parte de maior domínio espanhol, Portugal foi melhor nos segundos 45 minutos e só não festejou o triunfo porque a trave da baliza adversária devolveu, por duas vezes, remates lusos que levavam selo de golo: um de Cristiano Ronaldo, outro de Renato Sanches.
Espanha entra melhor e ameaça o golo
Fernando Santos apostou em algumas mexidas e promoveu algumas estreias, como as de Rúben Semedo (estreia absoluta) ou a de Trincão (estreia a titular), mas foi a Espanha que entrou com tudo no encontro e nos primeiros cinco minutos ameaçou por duas vezes o golo. Logo aos dois minutos, só uma enorme defesa de Rui Patrício evitou o 1-0! Moreno levou a melhor sobre o estreante Rúben Semedo, valendo o guardião português a fazer a mancha e a negar o golo aos espanhóis. Pouco depois, a Espanha voltou a ameaçar. O ex-Benfica Rodrigo meteu em Olmo, que junto à linha de fundo cruzou, mas não apareceu ninguém para encostar para o fundo das redes.
Portugal teimava em não acordar, não conseguindo sair a jogar perante a pressão espanhola, e Espanha continuou a criar perigo. Aos 11 minutos Rodrigo atirou ligeiramente ao lado, de pé esquerdo, e logo a seguir foi Olmo, de novo, a ganhar espaço para o remate e a atirar à figura de Rui Patrício. As estatísticas não enganavam: por esta altura Portugal tinha apenas 30 por cento do tempo de posse de bola, contra 70 por cento dos espanhóis.
Portugal tenta reagir, mas Espanha continua a mandar
A partir do quarto de hora, a Seleção portuguesa começou a tentar dar um ar da sua graça e subir no terreno. Os 2.500 adeptos presentes em Alvalade aplaudiram as primeiras iniciativas atacantes da 'Equipa das Quinas', mas só a Espanha conseguia chegar junto da grande área contrária e Rodrigo, muito ativo na primeira parte, desferiu mais um remate perigoso, travado por Patrício.
Ainda assim, notava-se que os jogadores portugueses estavam a tentar crescer no jogo. Aos 24 minutos Ronaldo teve a sua primeira iniciativa. E o público, claro, vibrou! Um minuto depois, o primeiro remate luso: regressado à Seleção e à titularidade, mais de dois anos depois, Renato Sanches tentou a sua sorte de longe, mas a bola saiu por cima.
Primeira parte a acabar e Portugal a crescer
O crescimento de Portugal era notório e a partir daí foi a Espanha a começar a ter dificuldade em sair a jogar, perante a alta pressão agora exercida pelos pupilos de Fernando Santos. Só faltava conseguir criar perigo, o que começou a acontecer nos minutos finais do primeiro tempo.
Aos 41 minutos Renato Sanches cruzou para o segundo poste, Cristiano Ronaldo amorteceu de cabeça e apareceu, em excelente posição, Raphael Guerreiro para um remate que saiu muito torto. Depois, em cima do minuto 45, na sequência de um livre de João Moutinho, Ronaldo conseguiu fugir e desviar de cabeça, mas atirou ao lado. O intervalo chegou mesmo com o nulo no marcador.
Primeiro de Portugal esbarra na trave...duas vezes
O segundo tempo abriu como tinha fechado o primeiro: com Portugal em crescendo e a instalar-se no meio-campo espanhol, mesmo tendo Fernando Santos efetuado três mexidas, com as entradas de William Carvalho, Bernardo Silva e Rúben Dias para os lugares de João Moutinho, André Silva e Pepe. E o primeiro golo da 'Equipa das Quinas' esteve mesmo à vista.
William Carvalho, à entrada da grande área espanhola, deu para Ronaldo, este ajeitou e disparou um míssil de pé esquerdo que acertou com estrondo no ferro da baliza à guarda de Kepa. E, como não há uma sem duas, a trave da baliza espanhola voltou a negar o golo a Portugal à passagem do minuto 65.
Contra-ataque rápido de Portugal, grande passe de trivela de Cristiano Ronaldo, Renato Sanches atira de primeira, a bola vai ao ferro e bate sobre a linha de golo. Depois de uma primeira meia hora inicial de jogo 'espanhola', a segunda parte só dava Portugal, mas o nulo teimava em persistir.
Mais mexidas nas duas equipas e mais lances de perigo, mas nada de golos...
Com a Espanha em dificuldades, o selecionador Luis Enrique fez entrar uma das suas principais armas secretas. O possantíssimo Adana Traoré. E os espanhóis voltaram a crescer um pouco, com a defesa portuguesa a mostrar dificuldades perante a força do jogador do Wolverhampton. Numa das suas arrancadas pela esquerda, a bola chegou a Dani Olmo, que com tudo para marcar rematou em zona frontal. Valeu uma defesa fantástica de Rui Patrício com o seu pé esquerdo.
Fernando Santos respondeu, lançou João Félix, e Portugal também voltou a criar perigo. Em velocidade, o jovem jogador do Atlético de Madrid conseguiu furar por entre a defesa espanhola e servir Trincão, que apareceu na cara do golo, mas viu Kepa defender.
E o jogo seguiu numa toada de 'bola cá, bola lá' até ao fim, com mais alguns lances de perigo junto das duas balizas (João Félix falhou de forma inacreditável a última, já nos descontos), mas sem golos. O nulo persistiu até ao fim e, no regresso do público aos estádios em Portugal continental, só faltou os adeptos terem oportunidade de gritar golo, num jogo que acabou por ser um bom espetáculo, entre duas das melhores seleções do mundo.
Portugal volta a entrar em campo já domingo, então em jogo a valer, no Stade de France, frente à França, na terceira jornada do Grupo 3 da Liga A da Liga das Nações.
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