O FC Porto sofreu a segunda derrota da época, ao perder em casa com o Vitória de Guimarães por 3-1, na quinta-feira. Os minhotos passam à final-four da Taça da Liga onde vão medir forças com o Benfica em Leiria. Os Dragões conseguem assim uma folga no calendário que poderia obriga-los a fazer até 15 jogos em dois meses.

A primeira derrota do FC Porto em solo nacional na época 2025/26 teve mais demérito dos azuis e brancos que méritos do Vitória de Guimarães. Claro que os minhotos forçaram os muitos erros portistas e capitalizaram tudo (três remates à baliza, três golos), mas a passagem dos Conquistadores à final-four da Taça da Liga foi conseguida em cima de uma noite para esquecer dos azuis e brancos, a fazer lembrar jogos da época passada.

FOTOS: O FC Porto-Vitória Guimarães em imagem

As muitas mudanças operadas por Farioli no onze - apenas restaram Borja Sainz e Pablo Rosario do onze que venceu o Estoril no fim de semana - não explicam o descalabro portista.

A desastrosa noite dos Dragões começou no golo que deu o empate aos minhotos, perto do intervalo, um erro incrível de Pablo Rosario.

No início do segundo tempo, Alan Varela, que vinha a fazer um jogo discreto, cometeu dois, inexplicáveis. No primeiro, Prpic ainda evitou que isolasse Samu. No segundo, não havia ninguém para corrigir tamanha asneira. Um regresso ao onze que será certamente para esquecer..

O terceiro tiro no pé foi dado por Eustaquio, a cometer falta desnecessária na área para a segunda grande penalidade contra o FC Porto.

De resto, o FC Porto evidenciou alguns dos erros que mostrou diante do Estoril: muitas dificuldades em criar lances de perigo, muitos erros técnicos individuais que impediram de ligar o jogo.

Os laterais - Martim Fernandes e Zaidu - pouco ou nada ofereceram ofensivamente. A boa vontade de Karamoh, titular pela primeira vez, tal como Angel Alarcón, não chegou. Está longe de Samu ou Deniz Gul. E sem Gabri Veiga para pensar o jogo no segundo tempo... tudo se desmoronou.

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Dos 21 remates tentados, só três foram enquadrados. É muito remate para tanto desacerto.

Foi também um jogo muito faltoso (19 do FC Porto, 24 do Vitória SC), muito quezilento, com quatro expulsões nos elementos técnicos das duas equipas, além de duas decisões revertidas pelo árbitro Hélder Carvalho após indicação do VAR Tiago Martins: um penálti anulado ao FC Porto por falta de Alan Varela no início da jogada, e um golo anulado ao vitoriano Samu por falta atacante de Ndoye.

Momento-chave: Alan Varela abre autoestrada para Samu

O FC Porto tinha acabado de fazer mudanças no onze e até tinha entrado bem no segundo tempo, mas um erro colossal de Alan Varela deu 'gaz' aos vitorianos e matou animicamente o FC Porto. O médio argentino era o último homem e conseguiu perder uma bola fácil para Samu que correu desde o seu meio-campo para marcar e fazer o 2-1, aos 53 minutos. Era a cambalhota no marcador.

A figura: Samu (o do Vitória)

Impressionante a cavalgada de Samu para fazer o 2-1, com um remate colocado, revelando calma e tranquilidade num momento de muita pressão. Pouco depois, colocou a bola no fundo das redes pela segunada vez, mas o golo seria anulado por falta ofensiva. Na estratégia montada por Luís Pinto, a sua tarefa era anular Alan Varela: passou com distinção, antes de sair, aos 71, quando a ordem era aguentar.

Outros destaques

Gabri Veiga começou por brilhar com o grande golo que deu vantagem ao FC Porto, mas não voltaria após o intervalo, devido a lesão. o golo nasce de um fantástico passe de Pablo Rosario, outro Dragão que fez uma bela exibição, apesar do erro que deu o empate, ao cometer grande penalidade.

Oscar Rivas foi uma parede na defensiva minhota. O central varreu tudo o que lhe apareceu pela frente e nem entrada de Samu fez estragos. Lutou muito e nem o cartão amarelo roubou-lhe intensidade e entrega nos duelos.

O jovem Oumar Camara esteve em dois dos três golos minhotos, além de ter dado muito trabalho a Martim Fernandes. É ele que pressiona Pablo Rosario até o erro do dominicano, que acaba por derruba-lo na área portista após um mau controle. No derradeiro penálti, assumiu a marcação e fez o 3-1 final, com um remate clássico: bola para um lado, guarda-redes para o outro. Muita frieza, aos 18 anos.

Reações

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