O Sporting está na final da Taça da Liga, isto após ter vencido o FC Porto por 1-0 esta terça-feira. Um golo solitário do inevitável Viktor Gyokeres acabou por ser decisivo numa partida sempre muito tática, onde as equipas estiveram, primordialmente, mais focadas no seu processo defensivo.

Num jogo muito atado e sem verdadeiras oportunidades de golo, valeu o aproveitamento máximo de Gyokeres na única grande hipótese que qualquer uma das equipas teve para marcar. E num jogo onde, mais do que ganhar, ninguém quis perder, esse lance acabou por fazer toda a diferença.

O jogo: Teve de ser um sueco a quebrar o gelo

Para esta meia-final, ambos os treinadores fizeram duas mexidas no onze inicial. No Sporting, Rui Borges surpreendia com as titularidades de Frenseda e Maxi Araújo, para os lugares de Quaresma e Quenda; no FC Porto, Cláudio Ramos assumiu a baliza, enquanto que, no meio-campo, Alan Varela deu o seu lugar a Nico González.

Com o decorrer dos primeiros minutos ficou-se logo com a ideia geral do que seria a maioria do jogo: ritmo baixo, pouco risco, com as equipas a procurarem anular ao máximo os espaços entre linhas, não permitindo grandes desenhos ofensivos.

Nesta base, o FC Porto foi conseguindo ter bola em zonas adiantadas do terreno, muito devido à energia e fantasia de Rodrigo Mora, que explorava o espaço entre a linha média e defensiva dos leões. Foi do jovem dragão que surgiram os principais lances de ataque, primeiro a servir Nico González, que atirou ao lado, e depois, em iniciativa individual que teve o mesmo fim.

Apesar de não estar a fazer muito para justificar a vantagem no marcador, a verdade é que estava a fazer bem mais que um Sporting que demonstrou muita dificuldade em contrariar a pressão alta do adversário, recorrendo muitas vezes a lançamentos longos à procura de Gyokeres.

Foi precisamente dos pés do sueco que saiu o primeiro laivo de uma reação verde e branca, através de um remate que tirou tinta do poste da baliza de Cláudio Ramos, e que permitiu ao Sporting ganhar mais confiança e terminar a primeira parte por cima.

Restava saber se este ímpeto iria ser transportado para a segunda parte e a resposta não tardou. Desde o início da etapa complementar do jogo que os campeões nacionais mostravam outra energia e atitude, empurrando o FC Porto para junto da sua área.

A diferença esteve mesmo, apenas e só, no aproveitamento de um lance. Jogada desenhada desde o flanco direito com Catamo a combinar com Morita e a servir Quenda à entrada da área; o '57' viu Maxi sozinho na esquerda, mas também viu Gyokeres, preferindo servir o sueco que não perdoou e fez o único golo do jogo.

Em desvantagem, os portistas tentaram reagir, lançando homens de ataque como Fábio Vieira, Iván Jaime ou Deniz Gül. Do outro lado, o Sporting mostrava já algum desgaste físico, o que permitiu aos dragões acercarem-se da área de Israel e empurrar o jogo até ao último terço verde e branco.

Contudo, tal nunca foi sinónimo, nem de oportunidades para o FC Porto, nem de um grande sufoco ou desconforto para o Sporting. Apesar das várias tentativas, os comandados de Vítor Bruno não criaram uma oportunidade digna desse nome; exemplo paradigmático é o facto do único remate enquadrado do FC Porto ter saído dos pés do central Otávio.

Com este triunfo, o Sporting chega à sua sétima final da Taça da Liga, onde irá procurar o seu quinto troféu, resta saber se irá defrontar o Benfica ou o SC Braga.

O momento: Eficácia máxima

Num jogo com muito poucos remates (já nem falamos propriamente em oportunidades), é natural que o lance que deu o único golo do jogo seja o principal destaque.

Após um bom arranque de segunda parte, o Sporting conseguiu aproveitar a única verdadeira oportunidade, não da equipa, mas do próprio jogo. 56 minutos e uma boa combinação entre Morita e Catamo permite o passe para Quenda em posição frontal; com Maxi sozinho na esquerda, o ala preferiu servir Gyokeres que virou-se para a baliza e bateu o desamparado Cláudio Ramos.

O melhor: Agitador e finalizador

Viktor Gyokeres voltou a ser o jogador em maior evidência na partida. Para além de ter sabido aproveitar a grande oportunidade de que dispôs para dar a vitória ao Sporting, o avançado sueco procurou sempre empurrar a equipa para a frente, especialmente na primeira parte, onde tal não aconteceu com muita frequência.

Foi a partir de uma iniciativa individual sua, que culminou num perigoso remate em arco, que os leões conseguiram terminar a primeira parte por cima do FC Porto, conseguindo posteriormente transportar esse ímpeto para o segundo tempo.

O pior: 'Cadê' o Pepê?

Escolhido para ocupar o corredor esquerdo do tridente do ataque do FC Porto, Pepê acabou por ser o elemento menos interventivo dos dragões, mesmo na altura em que os azuis e brancos tinham maior iniciativa de jogo.

Pouco se viu do jogador brasileiro, incapaz de fazer as suas habituais acelerações de jogo, quer pelo corredor, quer quando fletia para o centro em busca de combinações com Rodrigo Mora.

Desta forma, não surpreendeu que o número '11' portista tenha sido dos primeiros a sair, logo após o golo sofrido, sendo substituído por Zaidu, que permitiu a Galeno ocupar o lugar do brasileiro.

O que disseram os treinadores

Vítor Bruno, treinador do FC Porto

Rui Borges, treinador do Sporting CP

O resumo