O desporto não pode ser deixado para trás face à pandemia de covid-19, esta foi uma das ideias transmitidas hoje pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, numa videoconferência dos ministros do setor da União Europeia.
Em representação do ministro da Educação, que tutela o desporto em Portugal, João Paulo Rebelo reuniu com os governantes dos restantes Estados-membros no âmbito da presidência croata, que marcou ainda a estreia da comissária com esta pasta, a búlgara Mariya Gabriel.
João Paulo Rebelo explicou à Lusa que o encontro serviu para “partilhar com todos os países uma reflexão, procurar o ponto de situação de todos os países, as restrições impostas pelos governos às questões desportivas”.
“As principais preocupações são, mais uma vez, generalizadas a todos os países. De Portugal, através da minha voz, tivemos a oportunidade de deixar bem vincada a ideia de que o desporto não pode ser um setor deixado para trás. E, portanto, se há setor que também precisará de programas e medidas de apoio da Comissão Europeia é o desporto, um setor que envolve milhões de pessoas em toda a Europa, desde a prática informal à organizada, dos clubes maiores às federações desportivas”, explicou o governante português.
Com a declaração de pandemia, em 11 de março, inicialmente alguns eventos desportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados – nomeadamente os Jogos Olímpicos Tóquio2020, o Euro2020 e a Copa América – ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais de todas as modalidades.
“De uma forma muito generalizada, o que acontece em Portugal é o que acontece nos restantes países da União Europeia. Muitos, tal como nós, permitem o treino a atletas profissionais e de alto rendimento, mas, estão, de uma forma geral, com infraestruturas encerradas e a prática desportiva proibida”, referiu João Paulo Rebelo.
Na agenda da reunião informal estava a importância da atividade física na saúde e bem-estar das populações e ainda os valores gerados pelo setor.
“Uma grande preocupação que transpareceu em todas as intervenções foi com os clubes de base local, com a necessidade de, mais rapidamente possível, retomarmos a prática desportiva, com medidas que protejam e recuperando a confiança das pessoas, que é absolutamente essencial ao desenvolvimento da vida de cada um, mas também da vida em sociedade”, frisou o secretário de Estado.
João Paulo Rebelo assinalou também o pedido subscrito pelo Comité Olímpico de Portugal para que estas estruturas e o alto rendimento possam ser alvo de ajuda “num momento sem precedentes no desporto nacional e mundial, mas também na vida de todos”.
Os responsáveis políticos da área do desporto concordaram que na necessidade do regresso à normalidade desportiva, nomeadamente na prática informal, ainda segundo o secretário de Estado, que lembrou a existência em Portugal de mais de 10.000 clubes, quase todos com trabalhadores, mas atualmente sem atividade e sem receitas.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 558 mil doentes foram considerados curados.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (42.364) e mais casos de infeção confirmados (quase 788 mil).
Seguem-se Itália (24.648 mortos, em mais de 181 mil casos de contágio contabilizados desde o início da pandemia), Espanha (21.282 mortos, mais de 204 mil casos), França (20.265 mortos, mais de 155 mil casos) e Reino Unido (17.337 mortos, mais de 129 mil casos).
Portugal regista 762 mortos associados à covid-19 em 21.379 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
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