O presidente do Comité Paralímpico Internacional (IPC) afastou hoje a possibilidade de os Jogos Paralímpicos Tóquio2020, adiados para 2021 devido à pandemia de covid-19, serem disputados sem público.
“Neste momento, realizar os Jogos sem público é uma questão que não se discute. O público é parte dos Jogos e não creio que isso mude”, afirmou presidente do IPC, o brasileiro Andrew Parsons, em entrevista à agência noticiosa espanhola EFE.
Parsons considerou “positivo” o adiamento dos Jogos, que deviam começar na terça-feira, mas cujo início foi marcado para 24 de agosto do próximo ano, referindo que assim “há tempo para encontrar uma vacina e acabar com a pandemia”.
“Não se trata de ser otimista, trata-se de pensar de forma positiva”, disse, considerando que os Jogos Paralímpicos serão, ainda mais, uma oportunidade “de falar de integração e encarar o futuro com uma nova atitude”.
A um ano dos Jogos Paralímpicos, o brasileiro assegurou que o planeamento que está a ser feito com o comité organizador permitirá reduzir custos.
“Identificámos mais de 200 possibilidades para reduzir custos e isso é um exercício muito importante para o futuro. Se há algo positivo neste adiamento é o facto de termos tempo para organizar uns Jogos com o essencial, sem nunca prejudicar os atletas”, referiu.
Andrew Parsons recusou juntar-se à ‘onda’ de pessimismo que coloca em causa a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2021, devido a possíveis novas vagas de covid-19.
“Temos de pensar que estamos a um ano das competições. Ainda há tempo, os grandes especialistas mundiais estão focados na criação de uma vacina, acredito que consigam. Não é ser otimista, mas sim positivo. Eventos com a Liga dos Campeões de futebol ou a NBA estão a decorrer de forma diferente do habitual, também aprendemos com isto”, disse.
O presidente do IPC garantiu que o organismo está a trabalhar nas provas de apuramento para os Jogos, mas também nas classificações doa atletas, imprescindíveis para a sua integração nas diferentes classes do desporto adaptado, em função do grau de deficiência.
“Trabalhamos na qualificação e na classificação, são temas para os quais temos diferentes opções tendo em conta o reinício das competições. O que podemos garantir é que nenhum atleta ficará sem a possibilidade de ser classificado. A universalidade é um valor dos Jogos e isso não vai mudar”, assegurou.
O líder do movimento paralímpico mundial garantiu ainda que em termos de números, os Jogos estão encerrados: “Serão 4.350 atletas, em 22 modalidades, não vamos aumentar nem reduzir estes números”.
Em 24 de março, o Comité Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e o Governo do Japão adiaram ambos os Jogos para o verão de 2021, uma decisão inédita tomada devido à pandemia de covid-19, que parou o mundo desportivo durante meses.
Comentários