O presidente do Comité Olímpico Internacional disse hoje que aquele organismo espera “uns Jogos Olímpicos Tóquio2020 bem-sucedidos”, ainda que uma decisão final sobre a sua realização, devido ao surto de covid-19, só seja tomada em junho.
Thomas Bach explicou que, antes dos Jogos Olímpicos, de 24 de julho a 09 de agosto, serão tomadas “muitas das decisões finais em junho”, assim como a escolha de locais para a reunião do COI antes de Tóquio2020.
Antes do arranque da reunião da comissão executiva do organismo, as declarações do líder vieram afastar a possibilidade de adiamento ou cancelamento dos Jogos devido ao covid-19, um sentimento reforçado por um comunicado hoje lançado pelo COI.
Nele, a comissão executiva reforça “o total comprometimento para o sucesso dos Jogos Olímpicos Tóquio2020”, lembrando que foi criado um grupo de trabalho que junta membros do comité ao Comité Organizador, a autarquia de Tóquio, o governo japonês e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Nesse documento, os atletas são encorajados a “continuar a preparar-se para Tóquio2020”, mas tanto Bach como o comunicado da comissão executiva não fizeram qualquer referência às declarações de hoje da ministra japonesa dos Jogos Olímpicos.
“Se lermos o contrato, constatamos que o artigo 66 estipula que o Comité Olímpico Internacional tem o direito de anular os Jogos, no caso de estes não serem organizados em 2020”, assumiu Seiko Hashimoto numa intervenção no Parlamento japonês, em que reforçou que maio será a altura crucial para uma decisão definitiva.
A ministra dos Jogos Olímpicos ressalvou, contudo, que este artigo pode significar que Tóquio2020 pode ser adiado para qualquer outra data durante este ano.
O surto de covid-19, e o impacto no calendário desportivo, voltam a estar na agenda da reunião para quarta-feira, em que o Comité Organizador de Tóquio2020 será ouvido por videoconferência, num dia em que os Jogos de Paris2024 também estão entre os pontos de discussão.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infetou mais de 90.300 pessoas em cerca de 70 países e territórios, incluindo duas em Portugal.
Das pessoas infetadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.
Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.
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