As surfistas Yolanda Hopkins e Teresa Bonvalot foram hoje as primeiras atletas da delegação portuguesa a partir para os Jogos Olímpicos Paris2024, mas com a competição no Taiti, com ambas a visarem as possibilidades de medalha.
“Estou muito ansiosa e só quero chegar lá. Estive lá há pouco tempo, a onda é incrível, cabe mesmo no meu tipo de surf e vou com as expectativas ao mais alto nível. Espero poder demonstrar a minha qualidade. Acredito nas minhas capacidades e acho que a medalha não está fora da minha visão”, disse Yolanda Hopkins, quinta em Tóquio2020.
Perante o resultado obtido na última edição e de ser a atual campeã europeia, Yolanda Hopkins considera que não lhe traz pressão, mas sim confiança, numa etapa evolutiva que a faz apontar como objetivo mínimo uma medalha, “sempre com ouro na cabeça”.
“A onda coloca toda a gente fora da zona de conforto, mas eu reajo melhor assim. Vou lá a 100% e a parte mais difícil daquela onda é quando se está a remar para a onda e se olha para baixo, tendo aquela coisa na barriga. É a mesma coisa que saltar de um avião. É uma sensação incrível, uma das melhores do mundo. Eu ponho-me confortável fora da minha zona de conforto”, afirmou a surfista, de 26 anos, natural da cidade de Faro.
As provas de surf vão disputar-se a mais de 15 mil quilómetros da cidade-sede, Paris, o que afasta os surfistas da experiência olímpica: “É uma experiência que gostaríamos de ter. No entanto, como surfista, eu prefiro estar numa das melhores ondas do mundo”.
Teresa Bonvalot, que também vai para os seus segundos Jogos Olímpicos, na segunda edição em que o surf marca presença no programa, concorda com a sua compatriota.
“Como é óbvio, gostava de estar em Paris. Posso dizer que disputei os Jogos Olímpicos de Paris, sem nunca ter ido a Paris. Esta foi a decisão e acredito que foi boa, tentaram olhar para a parte do espetáculo e acho que a Polinésia Francesa vai proporcionar isso. Estando longe, estaremos sempre a acompanhar a restante equipa de Portugal”, disse.
Atual campeã nacional, Teresa Bonvalot deseja ir “passo a passo” nas eliminatórias da competição feminina, mas também não escondeu a ambição de alcançar as medalhas, depois da nona posição nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, na sua primeira presença.
“Ninguém vai para qualquer campeonato a querer perder. Quer sempre ganhar e levar a vitória. Uma medalha seria o maior sonho, mas quero ir passo a passo, efetuar o meu trabalho e desfrutar realmente do sítio em que estamos. Tenho a certeza de que vou para dentro de água dar o meu melhor e demonstrar o que é ser português”, garantiu.
Durante a competição, a surfista de Cascais, de 24 anos, considera que a atitude “vai prevalecer em todos os momentos”, salientando que a experiência não será vantajosa.
“Certos atletas têm mais experiência, porque já competiram lá e outros, não, mas não acho que isso seja vantajoso. Até acontece muitas vezes o oposto de quem tem menos conhecimento estar mais alerta nos momentos-chave. Isso vai ser a poção mágica. Nós vamos ter ainda alguns dias de treino só para nós e isso vai ser enriquecedor”, notou.
A comitiva do surf fará duas escalas até chegar ao destino final, num primeiro voo de três horas até Londres, de onde seguirão por 11 horas até Los Angeles, concluindo os voos rumo à Polinésia Francesa por volta das 05:00 locais (16:00 de sábado em Lisboa).
A ‘Aldeia Olímpica’ das surfistas portuguesas será num cruzeiro, o que torna distinta a experiência, numa modalidade cuja competição terá lugar entre 27 e 30 de julho, logo após a cerimónia de abertura, que marca o início oficial do evento, no dia 26 de julho.
Comentários