O velejador Diogo Costa considerou hoje “muito difícil” a dupla que forma com Carolina João lutar pelas medalhas na classe 470 dos Jogos Olímpicos Paris2024, mas garantiu que a esperança é a última a morrer.

“O objetivo que tínhamos era fazer diploma e para cumprir o objetivo tínhamos de estar na medal, onde entrámos em quinto. Depois dos dois primeiros dias de campeonato parecia um bocado impossível já, mas depois tivemos três dias espetaculares. Portanto, é bom”, assumiu em declarações à agência Lusa.

Carolina João e Diogo Costa qualificaram-se hoje para a medal race da classe 470, ao terminarem a jornada de hoje na quinta posição da geral, após as duas últimas regatas terem sido canceladas devido à falta de vento.

Em Marselha, a dupla portuguesa foi segunda na sétima regata e oitava na seguinte, com as duas últimas regatas do dia a serem canceladas, somando 49 pontos, numa competição liderada pelos austríacos Lara Vadlau e Lucas Maehr, com 24.

“É um bocado pena e talvez frustrante não poder lutar, estar mais perto das medalhas. É matematicamente possível, mas é muito difícil já, portanto estamos numa posição boa para garantir o diploma, não está garantido, mas estamos bem encaminhados, portanto é muito bom nesse sentido, claro”, avaliou.

Pela segunda vez em Jogos Olímpicos, o velejador de 26 anos lamentou a “partida adiantada” da dupla na primeira regata.

Os dois foram desclassificados por terem infringido a regra da bandeira preta na largada, em que nenhuma parte do casco de um barco poderá estar no triângulo formado pelas extremidades da linha de largada e a primeira marca de percurso no minuto antes da partida.

“É a pior maneira possível de começar o campeonato. E, no segundo dia, fizemos um 16 lugar, portanto, aí já ligámos o modo da esperança é a última a morrer. E, depois, fizemos dias espetaculares a seguir a isso, portanto nós percebemos perfeitamente que a esperança é a última a morrer, mas também somos realistas e sabemos que é difícil”, disse sobre as perspetivas de entrar nos três primeiros lugares na decisiva regata.

Neste momento, a dupla portuguesa tem 49 pontos, estando a 14 da terceira posição, ocupada pelos japoneses Keiju Okada e Miho Yoshioka. Os segundos classificados são os espanhóis Jordi Xammar Hernández e Nora Brugman Cabot, com 31.

“Toda a gente que está na medal é ótima. Todos podem ganhar, todos podem ficar em último, claro. Não é impossível, obviamente, mas é complicado”, reforçou.

Com 13 pontos de avanço sobre os australianos Nia Jerwood e Conor Nicholas, nonos, e 15 sobre os brasileiros Henrique Duarte Haddad e Isabel Swan, que ocupam a 10.ª posição, Costa e João têm o diploma praticamente garantido.

“Temos conseguido o diploma nos últimos dois anos. Todos os campeonatos que fizemos, ficávamos nos oito primeiros países, quase sempre. Nesse sentido, sim, seria ótimo, porque nós somos uma tripulação jovem”, recordou, salientando que ele e a sua dupla estão a navegar “contra pessoas com quase mais anos de experiência no barco” do que eles têm na vela.

A medal race da classe 470 está agendada para quarta-feira, às 15:43 locais (14:43 em Lisboa), com os pontos conquistados na regata decisiva a valerem a dobrar.