O selecionador nacional de andebol, Paulo Pereira, considerou hoje que as alterações de última hora podem condicionar um pouco o duplo confronto com a Polónia, por falta de rotinas, de qualificação para o Europeu de 2026.

Depois de todas as adversidades iniciais registadas, pelas ausências forçadas de Francisco Costa, Victor Iturriza, Fábio Magalhães, Salvador Salvador e Alexandre Cavalcanti, aconteceram mais três contrariedades, envolvendo Diogo Rêma, Martim Costa e Miguel Martins.

“Temos excelentes atletas, com muita qualidade, mas efetivamente falta-nos algum tempo para fazer com que as cooperações, quer na defesa, quer no ataque, funcionem bem. E isso pode ser uma desvantagem para nós”, considerou Paulo Pereira, em declarações ao sítio da Federação de Andebol de Portugal (FAP).

Paulo Pereira, que antevê um jogo difícil já na quinta-feira, em Gdansk, o segundo encontro será no domingo, em Odivelas, recorda que a Polónia também tem a ambição de se apurar, mas que a postura dos ‘heróis do mar’ é a mesma de sempre de tudo fazer para vencer.

“A Polónia acabou por fazer um último Mundial que se calhar ficou um bocadinho aquém daquilo que é o valor real da equipa. Na fase preliminar tiveram resultados equilibrados e, às vezes, aquele golo para cima ou para baixo podia colocar a equipa na fase seguinte ou não. Nós temos que respeitar muito esta equipa, se queremos fazer um bom resultado aqui”, disse.

O pivô Luís Frade, do FC Barcelona, alerta para uma equipa forte fisicamente, que tentará usar as suas armas para dificultar a vida aos portugueses.

“Historicamente [a Polónia] é uma seleção muito forte ao nível físico, teve algumas mudanças nos últimos tempos, uma mudança de treinadores, jogadores que não estão e que são da alta rodagem europeia, mas podemos esperar um jogo de transições, um jogo muito rápido, uma defesa muito agressiva e uma grande capacidade exterior”, considerou.

Luís Frade reconhece o favoritismo de Portugal, quarto classificado no último Mundial, e salienta que apesar das ausências o grupo continua confiante na conquista da vitória.

“Nós já estivemos muitas vezes do outro lado e agora estamos no lado do favoritismo. É sempre complicado jogar fora de casa, principalmente com as ausências que temos, de muitos jogadores lesionados. Mas temos uma geração boa, uma geração jovem com vontade de jogar e de ganhar e estamos preparados para isso”, disse.

Vencer na Polónia dá a Portugal a oportunidade de festejar o apuramento em casa, no domingo, no Pavilhão Multiúsos de Odivelas, recinto que já se encontra esgotado.

“É sempre bom [jogar em casa], principalmente na capital, um sítio onde não costumamos jogar muitas vezes. Depois de uma grande campanha no Mundial que tivemos, sentimos que podemos ter essa festazinha em casa, se conseguirmos ganhar”, considerou o pivô.

Desde 2020, Portugal tem sido presença assídua na fase final do Europeu, tendo alcançado um histórico sexto lugar nesse regresso, após um jejum que vinha desde 2006.

Nesta qualificação, após duas vitórias frente à Roménia (37-30) e Israel (36-23), Portugal pretende carimbar a nona participação em Europeus.