O selecionador feminino de judo, Marco Morais, admite que Portugal tem nos Mundiais de Budapeste uma equipa “curta em tamanho, mas grande em ambição”, num cenário em que competem Catarina Costa, Taís Pina e Patrícia Sampaio.

“Pensamos que nos dá garantias de termos uma boa performance no Campeonato do Mundo. Três atletas diferentes, mas três atletas com provas dadas, mesmo a seguir ao Campeonato da Europa que se realizou há algumas semanas, onde Patrícia foi campeã, a Catarina vice, a Taís quinto lugar. Está na disputa da medalha de bronze. Acho que é uma equipa curta no seu tamanho, mas muito grande na ambição”, considerou o selecionador em entrevista à agência Lusa.

Em Budapeste, Marco Morais está ciente de se entrar em outro nível, com países de forte tradição e base alargada no judo, mas que Portugal tem argumentos para ser candidato às medalhas, ser competitivo e olhar combate a combate.

“A Patrícia [Sampaio] foi medalhada olímpica e não era cabeça de série quando chegámos lá, portanto é como eu digo: somos candidatos porque treinámos e preparámo-nos para estar na disputa das medalhas. Temos essa ambição e quem nos tocar na sorte, no sorteio, teremos que saber lidar com essa situação”, explicou.

A judoca da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais surge como o nome mais forte entre os sete portugueses inscritos, com estatuto de primeira cabeça de série e poucas semanas depois de se ter sagrado campeã europeia em -78 kg, em Podgorica.

Em Budapeste a dificuldade aumenta, com países como o Japão, o ‘berço’ da modalidade e com uma base alargada de recrutamento de judocas de excelência, do Uzbequistão, Cazaquistão, ou mesmo China, Coreia do Sul ou Brasil.

“É diferente, uma prova diferente do campeonato da Europa. Com outros países com grande tradição na modalidade, que nos podem causar combates de grau elevado de competitividade e dificuldade. Estamos a preparar-nos nesse sentido para conseguirmos colmatar isso. O estatuto que temos é o estatuto de candidatos, sermos competitivos a disputar”, adiantou Marco Morais.

No caminho de Sampaio poderá entrar a italiana e campeã olímpica Alice Bellandi, com quem a portuguesa lutou e perdeu oito vezes – a última nas meias-finais dos Jogos Olímpicos, e que é terceira cabeça de série em Budapeste.

“Se apanharmos a Bellandi, apanhamos a Bellandi e temos que conseguir passar esse combate também, temos que nos preparar ainda melhor tática, técnica, física e mentalmente, e tudo isso... Porque a Bellandi também estará preocupada nesse sentido, não é? Não há nenhum judoca que se diga que seja invencível”, disse.

Portugal competirá em Budapeste com sete judocas: Catarina Costa (-48 kg), Taís Pina (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg), João Fernando (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).

No total, são esperados na Hungria 564 judocas, 298 masculinos e 266 femininos, provenientes de 93 países, dos quais a anfitriã Hungria (21 judocas), Brasil, Itália, Uzbequistão, Mongólia, Japão e França (18), e França e Alemanha (17), apresentam o maior número de inscritos.