
O sucessor do alemão Thomas Bach à frente do Comité Olímpico Internacional (COI) e 10.º presidente do organismo será conhecido na quinta-feira, com sete candidatos a disputarem o lugar, o maior número em 130 anos de história.
Durante a 144.ª Sessão do COI, que decorre entre hoje e sexta-feira na Grécia, a ex-nadadora zimbabueana Kristy Coventry tenta ser a primeira mulher eleita presidente do COI, defrontando o jordano Feisal Al Hussein, o francês David Lappartient, o sueco Johan Eliasch, o espanhol Juan Antonio Samaranch Jr., o britânico Sebastian Coe e o japonês Morinari Watanabe.
Na quinta-feira, em Costa Navarino, na Grécia, a duas vezes campeã olímpica Kirsty Coventry, de 41 anos, pode tornar-se ainda a segunda mais nova presidente da história, apenas superada por Pierre de Coubertin, o ‘pai’ dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, que foi eleito com 33 anos como segundo líder do COI.
Na história do organismo olímpico, o norte-americano Avery Brundage foi o único presidente não europeu, podendo ser agora ‘imitado’ pela zimbabueana, Morinari Watanabe ou o príncipe jordano Feisal Al Hussein.
Quinto presidente do organismo, Brundage foi também o primeiro atleta olímpico a assumir o cargo, depois de ter participado nas disciplinas múltiplas de atletismo em Estocolmo1912, algo replicado apenas pelos dois últimos líderes, o belga Jacques Rogge, antigo velejador, e Thomas Bach, o primeiro campeão olímpico eleito, depois de ter conquistado o ouro em esgrima em Montreal1976.
Além de Coventry, que se tornou membro do COI em 2013, por ser presidente da Comissão de Atletas, há apenas mais um ex-atleta e campeão olímpico entre os candidatos, o britânico Sebastian Coe, de 68 anos, atual presidente da World Athletics e que conquistou o ouro nos 1.500 metros em Moscovo1980 e Los Angeles1984.
Intransigente no afastamento dos atletas russos desde o início do conflito na Ucrânia, Coe surge como um dos candidatos principais à eleição, depois de ter tido outros cargos de peso no movimento olímpico, nomeadamente o de presidente do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Londres2012.
O francês David Lappartient, de 51 anos, é presidente da União Ciclista Internacional (UCI) desde 2017, depois de ter liderado a União Europeia de Ciclismo (UEC), e assumiu, em 2023, a presidência da Comissão de Jogos Eletrónicos do COI, na mesma altura em que se tornou presidente do Comité Olímpico Francês, ajudando ao sucesso dos Jogos Paris2024.
Além de Coe e Lappartient, há mais dois presidentes de federações internacionais na lista de candidatos, com destaque para o japonês Morinari Watanabe, de 65 anos e líder da World Gymnastics desde 2018, que apresenta a ideia de os Jogos Olímpicos se realizarem em simultâneo em cinco cidades de cada continente.
O empresário sueco-britânico Johan Eliasch, de 62 anos, é presidente da Federação Internacional de Esqui (FIS) desde 2021, foi deputado pelo Partido Conservador inglês, e, nos últimos anos, criou várias organizações de defesa do ambiente, apostando num COI dirigido como uma empresa.
Filho de Juan Antonio Samaranch, que liderou o COI de 1980 a 2001, o espanhol Juan Antonio Samaranch Jr., de 64 anos, é um dos quatro vice-presidentes do organismo e procura imitar o pai e ser eleito presidente, surgindo, a par de Coe e Coventry, como um dos grandes candidatos à nomeação.
À exceção de ser filho de um antigo presidente, o espanhol, vice-presidente do COI, não tem grande passado ligado ao desporto, e aposta sobretudo nas questões do marketing e do financiamento.
O príncipe Feisal al Hussein, da Jordânia, faz parte da comissão executiva do COI, organismo do qual é membro desde 2010, liderando o grupo de trabalho sobre igualdade, diversidade e inclusão.
Bach, de 71 anos, vai deixar a presidência do COI após cumprir o limite de 12 anos no cargo, depois de ter sido eleito pela primeira vez em 2013, sucedendo então a Jacques Rogge.
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